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28/11/2022 às 18:47 | Autor: Da Redação

SENADO

Comissão de Agricultura vota PL do agrotóxico

Na última reunião da CRA, no dia 24, comissão concedeu vista coletiva ao projeto

Brasil consome, em média, 7,5 kg de defensivos agrícolas por habitante a cada ano, segundo estudo da Humans Rights Watch
Brasil consome, em média, 7,5 kg de defensivos agrícolas por habitante a cada ano, segundo estudo da Humans Rights Watch -

Com uma das pautas mais polêmicas do ano, a Comissão de Agricultura (CRA) do Senado Federal, se reúne nesta terça-feira, 29, às 8h, para julgar o projeto de lei que modifica as regras de aprovação e comercialização de agrotóxicos no Brasil. Na última quinta-feira, 24, o relator do PL 1.459/2022 e presidente do colegiado, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), apresentou novo relatório e concedeu vista coletiva.

O PL 1.459 é o substitutivo da Câmara dos Deputados ao Plano de Logística Sustentável 526/1999, apresentado pelo então senador Blairo Maggi. Há 23 anos em tramitação no Congresso, o texto, que já foi bastante alterado, modifica a Lei dos Agrotóxicos no país.

O projeto trata da pesquisa, experimentação, produção, comercialização, importação e exportação, embalagens e destinação final e fiscalização desses produtos.

Divergências

Com trâmite único pela Comissão, se aprovado, o projeto seguirá para análise do Plenário. No colegiado, o tema foi debatido em três audiências públicas, mas há ampla divergência entre os senadores, entre eles, Eliziane Gama (Cidadania-MA), Fabiano Contarato (PT-ES), Paulo Rocha (PT-PA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Humberto Costa (PT-PE) e Jaques Wagner (PT-BA), apresentaram requerimento para que a proposição também fosse analisada pelas Comissões de Meio Ambiente (CMA), de Direitos Humanos (CDH), de Assuntos Sociais (CAS) e de Constituição e Justiça (CCJ).

Entre os temas que polemizam o projeto, estão a concentração do poder decisório sobre os agrotóxicos no Ministério da Agricultura; a alteração da nomenclatura "agrotóxico", que passaria a ser chamada, na legislação, de "pesticida"; a fixação de prazo para a obtenção de registros desses produtos no Brasil, com possibilidade de licenças temporárias quando não cumpridos prazos pelos órgãos competentes; e a suavização da classificação explícita de produtos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente.

O engenheiro ambiental, André Fraga, lembra que o Brasil autorizou o uso de agrotóxicos proibidos na Europa e questiona a ausência de órgãos fiscalizados como IBAMA e Anvisa no processo da analise dos venenos agrícolas.

"Sempre bom lembrar que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do planeta. Mas infelizmente nos últimos anos bateu recorde na liberação de agrotóxicos, alguns proibidos em países da Europa por exemplo. Penso que estratégias como a fixação biológica de carbono, o sistema desplante direto e outros objetivos do Plano ABC ajudarão o País a seguir produzindo, com segurança para os brasileiros e o ninfa se alimentarem além de contribuir com a mudança do clima", reforça o ambientalista.

"Retirar o sistema de regulação tríplice, eliminando o IBAMA e a Anvisa do processo de análise de novos agrotóxicos terá como resultado exclusivamente o atendimento a interesses econômicos, permitindo que o brasileiro siga sendo o habitante do planeta que mais consome veneno junto com a comida", afirma André Fraga.

Ninfa, para a Biologia, é a forma imatura pela qual passam alguns insetos que sofrem metamorfose incompleta, e também alguns aracnídeos, antes de alcançar a fase adulta.

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Tags:

Acir Gurgacz agrotoxico Comissão de Agricultura (CRA) do Senado Federal PL 1459/2022 Plano Logístico Sutentável Pls 426/1999

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