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Cordeiros e entidades do Carnaval se reúnem nesta terça

Encontro será uma tentativa de acordo para valor da diária e condições dos trabalhadores

Publicado terça-feira, 09 de janeiro de 2024 às 08:04 h | Atualizado em 09/01/2024, 08:16 | Autor: Flávia Requião
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Entidades do Carnaval de Salvador e os representantes do Sindicato dos Cordeiros (Sindicorda) vão se reunir nesta terça-feira, 9, para um possível acordo sobre as condições de trabalho e o piso mínimo da diária dos trabalhadores. Os profissionais pedem um novo valor de R$120 e os blocos oferecem R$ 80, aumento de 34% ante o ano passado. Em 2023, a diária foi de R$60 - incluindo o transporte.

Em conversa com o portal A TARDE, o presidente do Sindicorda, Matias Santos, detalhou que além de um reajuste maior, a categoria pede que os blocos também homologuem o seguro de vida no sindicato e realizem um contrato individual. “Uma das garantias. O cordeiro não pode ser invisível no Carnaval, se tiver algum acidente e ninguém souber o registro do cordeiro?”, questionou, acrescentando sobre o fornecimento de um pré-cadastro.

“Também está em ata, nos fornecer um pré-cadastro. Quando os blocos forem fazer uma homologação, eles vão estar com uma lista, que será passada para o sindicato, que vai acompanhar quem são os cordeiros que estão trabalhando, o horário que vai entrar e vai sair”, concluiu.

Em contrapartida, a vice-presidente do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar) e presidente da Associação de Blocos Alternativos (ABA), Marcia Mamede, explicou que o valor solicitado fica inviável para os blocos e que o aumento referente ao ano passado está acima da média.

“Nenhum bloco consegue pagar 150 reais, fica inviável para os custos dos blocos, não tem como. O cordeiro não custa só esse valor, ele custa nota fiscal, EPIs, lanches, transportes. Então, a nossa proposta é um aumento de 34%, coisa que o salário mínimo nem teve isso, teve quase 7%”, justificou ao A TARDE.

No último encontro de negociações, que ocorreu em dezembro, os trabalhadores pediram uma diária de R$ 150, além de outras garantias, mas nenhum acordo foi firmado. Hoje, a categoria pedirá R$ 120.

A instalação de dois postos de descanso ao longo dos circuitos para o Carnaval de 2025, também é um pedido, mas direcionado à prefeitura. Os locais seriam usados para a reserva de água e lanches e as tratativas sobre a solicitação ainda são bem iniciais.

Na reunião de hoje, que será fechada, o Ministério Público do Trabalho (MPT-BA) — órgão responsável por intermediar as discussões — e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), — que está em parceria com MP — não estarão presentes e o tema será debatido diretamente entre o Sindicorda e as associações de blocos. No entanto, assim que finalizada, caso as partes entrem em acordo, outro encontro deve ser marcado com a presença do MPT e o novo valor definido pode ser anunciado, conforme adiantou Matias.

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