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CPI pede quebra de sigilo e suspensão de contas de Bolsonaro após live polêmica

Publicado terça-feira, 26 de outubro de 2021 às 11:23 h | Atualizado em 26/10/2021, 11:28 | Autor: Da Redação e Agência Senado
Presidente traçou uma relação falsa entre a vacina contra a Covid-19 e a Aids | Foto: Reprodução
Presidente traçou uma relação falsa entre a vacina contra a Covid-19 e a Aids | Foto: Reprodução -

A CPI da Pandemia aprovou requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitando a quebra de sigilo telemático das redes sociais do presidente da República, Jair Bolsonaro, a suspensão de acesso aos seus perfis e um pedido de retratação do presidente por declarações em live na semana passada em que ele associa a vacina contra a covid-19 ao desenvolvimento do vírus da Aids.

A CPI também aprovou o encaminhamento de informações sobre o episódio ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) também vão encaminhar recomendação para que o Congresso Nacional se posicione sobre o tema.

"Presidência é uma instituição, não é um cargo de boteco. [ Como o ] presidente que se reporta ao povo brasileiro baseado em estudo que não tem cabimento nenhum, quando estamos implorando para a população se vacinar?" questionou Omar.

Na noite de segunda-feira, 25, Randolfe Rodrigues afirmou que vai incluir "a fala mentirosa de Jair Bolsonaro ligando a vacina contra o coronavírus à Aids" ao relatório final da comissão.

“Nós não só incluiremos no relatório final como incluiremos uma recomendação às redes sociais - Facebook, Instagram, Twitter e Youtube - para que tomem as providências devidas sobre a reiterada prática de crime por parte do presidente da República”, declarou Randolfe ao jornal O Globo.

Na live da última quinta-feira, 21, o presidente associou o desenvolvimento da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) com a vacina contra o novo coronavírus. A transmissão foi derrubada pelo Facebook na segunda. A plataforma informou que “as políticas não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”.

O Youtube também tirou do ar o vídeo. "Removemos um vídeo do canal de Jair Bolsonaro por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a COVID-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas", disse trecho da nota veiculada pela empresa.

No vídeo, Bolsonaro afirmou: "Só vou dar notícia, não vou comentar: ‘Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo a síndrome imunodeficiência adquirida muito mais rápido que o previsto’. Recomendo que leiam a matéria. Talvez eu tenha sido o único chefe de Estado do mundo que teve a coragem de colocar a cara a tapa nessa questão”, disse Bolsonaro, ao ler uma suposta notícia. A informação apresentada por Bolsonaro, contudo, é falsa.

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