Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > POLÍTICA
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

POLÍTICA

"Distritão é o pior sistema eleitoral do mundo", afirma cientista político

Por Da Redação

21/06/2021 - 9:36 h
Mudança no sistema eleitoral brasileiro está em discussão na Câmara dos Deputados
Mudança no sistema eleitoral brasileiro está em discussão na Câmara dos Deputados -

O cientista político Jairo Nicolau, especialista em sistemas eleitorais e pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) afirmou que o Distritão – sistema de voto distrital que tem como método eleitoral eleger os candidatos mais votados e que está em debate no Congresso Nacional – é o pior sistema eleitoral do mundo.

“Desde 1998 participo de todas as comissões organizadas na Câmara [Federal] para estudar reforma político-eleitoral. Em geral, elas não vão muito longe, mas a última, quando não esperava nada, aprovou o fim das coligações proporcionais. Nunca acreditei que as coligações um dia iriam acabar. Até hoje não sei como aprovaram. A Câmara tem uma obsessão por reforma política. Estou preocupado porque pode ser um passo atrás, um atraso completo”, disse em entrevista ao Estadão.

Para o especialista, os parlamentares querem a solução para um problema que ninguém ainda apresentou.

“Preferência por sistema eleitoral não é como preferência por um tipo de filme. Eu gosto de western, outros gostam de filme romântico. Não é assim que funciona. Vamos agora entrar no sistema de comédia pastelão? A gente tem uma escolha institucional que pode não estar funcionando, mas, dentro do cardápio de sistemas eleitorais testados no mundo, esse ou aquele são soluções para resolver tal problema. E o distritão resolve qual problema?”, questionou.

Doutor em Ciência Políticas, Jairo Nicolau avalia que temas como sistema eleitoral, voto facultativo e candidatura avulsa deveriam ser tratados por uma Assembleia Constituinte e com participação popular, o que não é o caso das atuais discussões na Câmara dos Deputados.

“Todo país pode discutir suas instituições, seu pacto social. O Chile está passando por isso, é natural. Mas não pode ser feito dessa forma, com deputados que não são especialistas no tema, sem audiências públicas e com essa agenda. Os temas tratados são dignos de uma Constituinte. E olha que as Constituintes de 1946 e 1988 não mexeram em nada disso, mantiveram a representação proporcional, a desigualdade da representação dos Estados na Câmara, o voto obrigatório. São escolhas que têm a ver com a nossa cara como democracia, como República”, defendeu.

Para o cientista, o distritão estimula o hiperindividualismo político. “O que é péssimo (...) Essa reforma não tem base em nenhum movimento popular ou partidário. Nenhum partido tem posição clara sobre sistema político-eleitoral. Aí, chega lá uma meia dúzia de deputados interessados nessa engenhoca, nesse retrocesso que é o distritão, e conseguem empurrar essa troca no meio de uma tarde chuvosa em uma votação relâmpago. Aprova-se essa aventura e depois joga a decisão para o Senado”, condenou.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Mudança no sistema eleitoral brasileiro está em discussão na Câmara dos Deputados
Play

Mineração: Bahia sediará evento histórico que contará com pregão da Bolsa de Toronto

Mudança no sistema eleitoral brasileiro está em discussão na Câmara dos Deputados
Play

No Brics, Lula revela torcida pelo Fluminense no Mundial; assista

Mudança no sistema eleitoral brasileiro está em discussão na Câmara dos Deputados
Play

Vídeo: deputado e prefeito viram whisky em festa de São João

Mudança no sistema eleitoral brasileiro está em discussão na Câmara dos Deputados
Play

Tarcísio usa bandeira de Israel e canta louvor na Marcha para Jesus

x