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LEM: Júnior Marabá e Oziel devem repetir disputa em 2024

Sem uma terceira via definida, disputa em Luís Eduardo Magalhães devem reunir velhos rivais

Publicado quinta-feira, 25 de maio de 2023 às 06:00 h | Atualizado em 25/05/2023, 09:28 | Autor: Rodrigo Tardio
Atual prefeito, Júnior Marabá (UB) e Oziel Oliveira (PSD) devem disputar mais uma vez o cargo de gestor municipal
Atual prefeito, Júnior Marabá (UB) e Oziel Oliveira (PSD) devem disputar mais uma vez o cargo de gestor municipal -

O cenário eleitoral em Luís Eduardo Magalhães, oeste da Bahia, aponta para uma disputa polarizada entre o atual prefeito Júnior Marabá (PP) e o ex-prefeito por três mandatos no município, Oziel Oliveira (PSD).

Sem surgir ainda um nome que represente uma terceira via,  entre as opções de voto para os eleitores do município, os dois nomes são os únicos com pré-candidaturas praticamente confirmadas para 2024.

O embate poderá servir como desempate entre os dois rivais políticos após cada um levar um dos dois pleitos anteriores.

Desempate

Em 2016, Oziel, na época no PDT, saiu vencedor com 52% dos votos enquanto Marabá, no DEM, teve 47,52% da preferência do eleitorado. Werther Brandão (PSC) e Fábio Laucl (PRB) completaram o pleito com menos de 0,5% dos votos somados.

Já em 2020, Marabá destronou Oziel, buscando a reeleição. Além deles, o pleito contou com a candidatura de Comandante Rangel (PL), que tentou emplacar seu nome com base nas ideias do então presidente, Jair Bolsonaro (PL), e na defesa dele do agronegócio, setor forte do município.

Nem mesmo a votação expressiva de Bolsonaro, que conquistou 58,61% dos votos no segundo turno contra Lula (PT), foi suficiente para cativar a candidatura de Rangel, que ficou com apenas 1,12¨% dos votos válidos no município.

Comandante Rangel tentou emplacar nome na esteira do governo Bolsonaro
Comandante Rangel tentou emplacar nome na esteira do governo Bolsonaro |  Foto: Raul Spinassé l Ag. A TARDE
 

O prefeito eleito Junior Marabá, que também marchou sob o nome de Bolsonaro durante a sua campanha, venceu com 59,29%, ao obter 29.982 votos, enquanto Oziel obteve o percentual de 39,58% com 20.016 votos.

Aos 32 anos, Marabá, que à época estava no DEM, hoje União Brasil, e posteriormente se juntou ao PP, venceu o pleito superando Oziel e seu grupo, que já administravam o município há 20 anos. Em seu plano de governo, Marabá elegeu saúde, educação, infraestrutura e economia como prioridades de suas principais propostas.

Próximo pleito

Para 2024 e com o nome confirmadíssimo na tentativa da reeleição, Marabá ainda aposta como mote da gestão, "conversar" com a juventude, o que, de acordo com ele, inspira eleitores mais novos a aspirarem a possibilidade de adentrar o mundo político.

"A gente resolve os problemas que precisam ser resolvidos. Na nossa cidade de pelo menos 100 mil habitantes, trabalhamos na organização das áreas loteadas. Estava tudo desorganizado e conseguimos não deixar que essa liberação de construções em demasia tirasse a configuração do município, o que deixaria um cenário de espalhamento", disse.

Marabá, que atualmente tem a máquina na mão e a aprovação da população, que chegou a apontar 84,3% em 2021, pretende manter os programas desenvolvidos, sobretudo durante a pandemia, fato que marcou o início do mandato em;

"Quando assumimos a cidade, já enfrentamos a fase severa da pandemia. Estivemos desenvolvendo programas sociais, bem como apoiando o comércio que sofreu bastante à época. Pretendemos continuar com as mesmas ideias na próxima gestão", afirmou.

Provável adversário, o ex-prefeito Oziel Oliveira já esteve à frente da prefeitura em 3 gestões, tendo ganho inclusive a primeira eleição da história da cidade em 1998, após o distrito de Mimoso do Oeste, à época parte de Barreiras, ter sido parte de um referendo que autorizava a criação do município e sua posterior denominação como Luís Eduardo Magalhães, homenagem ao filho do Senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 21 de Abril de 1998. Caso confirme a candidatura, entra pela sexta vez no páreo.

Em 2022, Oziel disputou a vaga na Câmara dos Deputados e obteve mais de 34 mil votos, ficando distante da quantidade necessária para conquistar um cargo eletivo.

A reportagem de A TARDE buscou contato com Oziel, que não retornou, mas fontes de bastidores apontam que o ex-prefeito, atualmente Coordenador Geral de Apoio às Superintendências do Ministério da Agricultura do governo Lula, vai tentar retomar o posto.

Entretanto, lideranças políticas da região apontam que o ex-gestor já não terá a mesma força política do passado, com muitos dos seus aliados tendo entrado na esfera de influência de Marabá, e que o mesmo não buscou formar grupos políticos ou ouvir lideranças municipais, sobretudo da Câmara Municipal, durante a articulação para uma nova candidatura. 

Terceira via?

Com os dois dos principais articuladores políticos atuais de Luís Eduardo prometendo um novo embate nas urnas e rumando para a cabeça das suas chapas, fica a pergunta se haverá espaço para uma terceira via construir espaço na disputa.

Após ocupar esse espaço na eleição de 2020, Comandante Rangel disputou a eleição para deputado federal em 2022, onde também não foi bem-sucedido, e desde então parece ter se afastado da vida política. A reportagem de A TARDE buscou contato com Rangel mas não obteve retorno.

Nome forte de João Roma, Raissa Soares pode ser terceira via no município
Nome forte de João Roma, Raissa Soares pode ser terceira via no município |  Foto: Divulgação I PL Bahia

Existe ainda a especulação de que a vice-presidente do diretório estadual do PL na Bahia,  Raíssa Soares, candidata ao Senado em 2020, possa assumir esse papel e disputar a eleição no município.

A aliada de primeira mão de João Roma, ex-ministro de Bolsonaro e muito influente politicamente na região, pode tentar capitalizar a votação expressiva recebida no estado com 14% dos votos válidos e estaria de olho em uma prefeitura da região.

A estratégia foi a mesma pensada por Rangel, que foi candidato ao Senado em 2018 e obteve 4,85% dos votos válidos no estado. Porém, o candidato de Bolsonaro viu seus 577 mil votos virarem apenas 567 em 2020 e o plano ir por água abaixo.

Além de Luis Eduardo, o PL também estuda viabilizar a candidatura de Raissa em Feira de Santana, Itabuna e Porto Seguro.

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