ELEIÇÕES
Psol muda rota e apoia PT em cidades estratégicas na Bahia
Partido que se define como independente abre mão de candidaturas
Por Cassio Moreira
Oriundo de uma cisão do PT, o Psol atuou de forma independente aos demais partidos de esquerda durante quase duas décadas, sendo oposição nos governos petistas no âmbito nacional e também na Bahia. A legenda, entretanto, mudou de estratégia e deve caminhar com a sigla do governador Jerônimo Rodrigues em algumas das maiores cidaeds do estado nas eleições de outubro.
A relação Psol-PT começou a mudar no segundo turno das eleições de 2022, quando Kleber Rosa, quarto colocado na disputa pelo Palácio de Ondina, resolveu caminhar com Jerônimo. Após o resultado do pleito, já com o petista no poder, o partido fez parte do conselho político, embora o deputado estadual Hilton Coelho tenha mantido sua posição de membro da bancada independente, com críticas a alguns pontos da gestão.
Segunda maior cidade do estado, Feira de Santana será um dos palcos da aliança entre petistas e psolistas. Zé Neto, que tenta mais uma vez chegar ao posto mais alto da Princesa do Sertão, conseguiu garantir o apoio do Psol, que pela primeira vez não terá candidato ao executivo no município.
"Mantivemos resultados eleitorais expressivos e avaliamos que podemos contribuir decisivamente para eleger Zé Neto no primeiro turno. Tanto o PT quanto o PSOL compartilham a ideia de que é necessário dar um novo rumo ao município. Focamos no que nos une, e isso facilitou nosso entendimento”, explicou o vereador Jonathas Monteiro, do Psol, ao justificar a aliança.
Camaçari, que apresenta uma das mais interessantes disputas, com Luiz Caetano (PT) e Flávio Matos (União Brasil), também será um dos centros da aliança entre Psol e PT. O postulante petista terá o apoio da legenda nas eleições de outubro, o que deve ajudar na mobilização da militância de esquerda na cidade, que terá uma eleição polarizada e com chance de segundo turno.
Adélia Pinheiro (PT), ex-secretária estadual de Educação e pré-candidata a prefeita de Ilhéus, também contará com o apoio do Psol. O presidente da sigla na Bahia, Ronaldo Mansur, defendeu que o partido fez uma "escolha acertada".
"Mais uma escolha acertada do nosso partido, desta vez em Ilhéus. Vamos apoiar Adélia, pois consideramos ela a melhor alternativa para fazer a disputa e governar a cidade", afirmou o dirigente.
Em Vitória da Conquista, terceira maior cidade do estado, o Psol também deve caminhar com Waldenor Pereira, pré-candidato do PT na cidade. O partido ainda tentou emplacar a delegada da Polícia Civil, Gabriela Garrido, para o posto de vice. O movimento, entretanto, não vingou.
Em entrevista recente ao Portal A TARDE, o deputado estadual Hilton Coelho justificou as alianças nos municípios.
"Cada município tem a sua realidade e sofre a influência do contexto geral, que é a necessidade da unificação de um campo de esquerda em relação ao crescimento da extrema-direita. Isso é uma orientação que informa ao comportamento de qualquer partido que tem uma trajetória de esquerda. Nesse sentido, a nossa militância nos diversos partidos nesses diversos municípios, a partir dessa orientação, tem analisado, tem feito um diálogo com a direção estadual, e tem apontado o que seria o melhor caminho para ser um acúmulo na luta política que seja a favor da povo, não que esgarce relações e possibilidades de afirmar projetos de transformação. É a leitura de cada município", explicou.
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