Bivar diz que União Brasil pode deixar a terceira via

Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil, indicou nesta quarta-feira, 27, que o seu partido pode ficar de fora do grupo de legendas que buscam um nome único de candidato à Presidência para a chamada terceira via para atender as intenções de votos dos eleitores que não pretendem votar nem no presidente Jair Bolsonaro (PL) e nem no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito deste ano.

Em entrevista à CNN Brasil, Bivar, que também é o pré-candidato da legenda ao Planalto, disse que daqui a uma semana, na próxima quarta-feira, 4, após encontro com os presidentes de PSDB/Cidadania (que pretendem fazer uma federação partidária) e MDB, deve bater o martelo se o seu partido seguirá em diálogo com a terceira via ou não.

"Na reunião de quarta, vamos decidir se vamos querer uma candidatura única ou não. A cada vez criam um imbróglio para retardar [a decisão sobre a candidatura única] e o tempo urge", diz. "O União Brasil não pode ficar mais a reboque de querelas ou grupos que não queiram chegar a lugar nenhum", afirma.

Na avaliação de Bivar, a indefinição do nome tem atrapalhado a performance do grupo nas pesquisas eleitorais. Juntos, os pré-candidatos do grupo somam menos votos do que as intenções de votos brancos ou nulos. “Não podemos esperar indefinidamente. A cúpula do União Brasil entende que apesar de todo esforço de aglutinar forças o projeto ainda não aconteceu”, complementou.

“Chapa puro-sangue”

O movimento do ex-presidente do PSL força as outras legendas da terceira via a antecipar o anúncio marcado até então para 18 de maio. Se não houver entendimento na próxima semana em torno de um nome, o União Brasil seguirá com as próprias pernas.

Apesar de Bivar é pré-candidato da legenda. Mas, ainda de acordo com a CNN Brasil, que diz ter confirmação da informação por duas fontes do alto escalão do partido, há uma ala do partido que defende o lançamento do nome de Sérgio Moro. A chapa seria puro-sangue: o ex-juiz e Luciano Bivar. A tendência é que Moro seja cabeça de chapa.

A avaliação dos dirigentes consultados pelo veículo é de que a sigla tem recursos e tempo de televisão para sustentar a chapa puro-sangue, não dependendo de outras legendas para isso e o partido é o mais “pacificado” dentro da terceira via e que não teria motivos para recuar e apoiar Simone Tebet, do MDB, ou João Doria, do PSDB.