Delegados ameaçam parar após Bolsonaro usar imagem da PF
Associação nacional da categoria afirma que presidente tem sido omisso em algumas questões
Os delegados da Polícia Federal (PF) anunciaram nesta quinta-feira, 21, a aprovação de uma série de medidas em reação ao que chamam de "clara omissão" do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) com relação à reestruturação de carreiras da corporação.
De acordo com o jornal Estado de S.Paulo, o cenário vem em meio a um clima de inconformismo com os 5% anunciados pelo governo a título de reajuste para os servidores públicos federais.
Entre ações previstas pela categoria estão a recomendação para que delegados não realizem viagens em missão sem o pagamento prévio de diárias e o envio de um ofício, ao Diretor-Geral Márcio Nunes de Oliveira, para que, em 30 dias, ele estabeleça critérios para compensação ou remuneração do sobreaviso da classe.
Na próxima quinta-feira, 28, estão previstas, em todo o país, mobilizações como a realização de carreatas e manifestações em frente às unidades dos órgãos.
As movimentações vão contar com a presença de entidades como a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF).
Além disso,a Associação aprovou um indicativo de paralisação das atividades juntamente com as associações que representam a categoria, o qual será ratificado em uma assembleia geral extraordinária prevista para o dia 2 de maio.
“Caso o presidente da República, Jair Bolsonaro, descumpra o compromisso público assumido por ele diversas vezes, os policiais da União não se manterão inertes diante do uso da valorização da segurança pública e da excelente imagem da Polícia Federal como ferramenta publicitária e de marketing político”, afirmou a ADPF em nota.
Na última segunda-feira, 18, o ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, chegou a se reunir com representantes das polícias da União, com o intuito de contornar a insatisfação da classe.
Na ocasião, contudo, o titular da pasta chegou a dizer que o reajuste de 5% para todo o funcionalismo ainda não foi fechado.