TROCA DE LEÕES
Leão justifica desistência da pré-campanha ao Senado: "Idade"
Em seu lugar, entra na chapa de ACM Neto o deputado federal Cacá Leão, filho do vice-governador
Por João Guerra
Na sede do União Brasil Bahia, em Salvador, nesta terça-feira, 3, em entrevista coletiva realizada, o vice-governador João Leão (PP), nunciou a desistência da pré-campanha ao Senado na chapa do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). Em seu lugar, assume o filho de Leão, o deputado federal Cacá Leão (PP).
A justificativa dada pelo presidente estadual do Progressistas foi por causa da sua idade e o cansaço que os compromissos de pré-campanha dificultariam a sua presença ao lado de Neto no interior. “Eu aguentar o ritmo da ligeireza antes era uma coisa, mas aguentar o ritmo do bonitão aqui não é fácil [em referência a ACM Neto]”.
“Teve dias que fizemos cinco municípios por dia. Fiz um piseiro de 5 km de extensão. Neto me ensinando o piseiro que eu não sabia dançar. Não tenho nenhum problema de saúde. Se quiserem ver o meu relatório médico, estou 0 km. Mas eu tenho 76 anos”, justificou.
Sobre a explicação da escolha do seu filho para ocupar seu lugar na chapa, Leão, ao lado de Neto e de Cacá Leão, comentou que a Bahia terá dois Leões lutando pelo seu povo. “Aqui está um triunvirato. Quero dizer a Bahia que fique muito orgulhoso. Cacá Leão ganhou um prêmio como o melhor parlamentar da Bahia e estava entre os dez do Brasil. Cacá é uma revelação. Não é por eu ser pai. Hoje ele é muito mais o meu pai do que eu dele. Ele que me bota freio de vez em quando”.
Aval do PP
A decisão, segundo o novo ocupante da pré-candidatura ao Senado foi feita em conformidade com lideranças do Progressista baiano. De acordo com Cacá, no sábado, depois de evento de pré-campanha em Sento Sé, seu pai o procurou para falar sobre a possibilidade de troca e que só aceitou a posição após ter comunicado lideranças do PP e ter tido o aval dos partidários e ser indicado por seu pai.
“Quero agradecer a João Leão pela deferência. Eu não aceitaria se não fosse uma indicação dele. Ele sempre será o meu Norte na política e a minha referência de presente e futuro. Aceito essa missão, sei do tamanho do nosso desafio. E tenho certeza de que terá um companheiro de chapa disposto a lutar pelo povo da Bahia”.
Sobre ocupar o lugar do pai ao lado de ACM Neto, Cacá se apontou as suas credenciais na política e que o qualificam para ser o companheiro do ex-prefeito de Salvador durante a campanha e como ocupante de uma vaga no Senado, se for eleito nas eleições de outubro deste ano. “Tenho como objetivo ajudar ACM Neto nos cinco meses de pré-campanha e campanha. Se Deus quiser, estaremos eleitos para ajudar a Bahia”.
Quando perguntado sobre a reação da base pepista do interior ao anúncio da desistência do seu pai da pré-campanha ao Senado, já que prefeitos do PP do interior decidiram por seguir o vice-governador enquanto outros continuar na base de Rui Costa (PT) após o rompimento dos dois, Cacá Leão disse que ainda não teve tempo de ter uma noção real sobre o tema, já que, de acordo com ele, o anúncio da troca foi muito recente. “Tenho até agora recebido manifestações das mais positivas possíveis. Já fiquei muito emocionado com algumas ligações que recebi”.
Senador dos sonhos
O ex-prefeito de Salvador e pré-candidato do União Brasil ao governo do Estado, ACM Neto, disse, durante a coletiva que Cacá Leão (PP) sempre foi o seu candidato ao Senado dos sonhos antes mesmo de o PP ter se unido a sua chapa ao Palácio de Ondina.
Neto justificou sua fala dizendo que esse desejo antigo vem pela proximidade pessoal que sempre teve com o deputado federal para além das posições partidárias que as legendas dos dois tiveram. “Antes de tudo, quando me perguntavam quem eu queria como candidato dos sonhos, eu sempre dizia o nome de Cacá Leão, agora isso é uma realidade”.
Sobre a sua reação ao ser comunicado no domino, 1, da decisão da troca entre João Leão e Cacá Leão na sua chapa para concorrer ao Senado, disse que de imediato aceitou o que foi decidido. “Temos cinco meses de pré-campanha e campanha e muita estrada para correr. Essa foi uma decisão do PP, eles me informaram que iam conversar com o partido sobre a decisão e de imediato disse que aceitaria. Entendo perfeitamente o que [João] Leão toma no momento. Não vai deixar de contribuir para a construção desse projeto”.
Neto aproveitou a ocasião para falar das qualidades políticas que fazem com que, como disse, o filho do vice-governador seja o seu “senador dos sonhos”. “Cacá é um parlamentar completo. Sempre escolhido como um dos mais influentes do Brasil, mas, em nenhum momento se descuidou de suas bases. Tem toda a confiança e respaldo da sua base política. Essas credenciais são importantíssimas para o que está acontecendo agora. Não é apenas o filho de João Leão, é um dos deputados mais qualificados que está na nossa chapa em pré-campanha ao Senado agora. Somo a isso a nossa relação de amizade, simpatia e bem-querer”, declarou o ex-prefeito.
Para Neto, o deputado federal será uma mão auxiliar o governo baiano em sua eventual vitória na eleição deste ano para a governadoria do Estado. “Se eu chegar no Governo do Estado, vou precisar de alguém no Senado para nos ajudar junto ao Governo Federal, ao Judiciário ao Congresso, ou aos ministros e sei que ele vai cumprir da melhor forma esse papel”.
Além disso, o pré-candidato ao Palácio de Ondina disse ver similaridade entre as trajetórias políticas de Cacá e a sua, já que os dois são herdeiros de famílias com forte presença na vida pública baiana.
“No começo da minha vida pública eu era o Neto de ACM. Quando cheguei na Câmara, por mais que tivesse trabalhado e estudado, na primeira eleição foi muito em função da história que eu trago. Dali em diante eu tinha que conquistar o meu espaço. Muitos filhos, netos e sobrinhos de políticos não tiveram sucesso na política” avaliou.
“Eu sei o que tive que passar para conquistar o meu espaço e sei que você viveu a mesma coisa. Eu já estive na Câmara e sei o quanto é difícil se destacar em Brasília. Ali você está lidando com políticos experientes e você chegar lá e conquistar relatorias importantes e liderança de bancada de um partido grande. O sujeito tem que trabalhar muito para ter o respeito dos seus pares e conquistar a confiança dos colegas”, argumentou.
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