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Pancadinha, Binho Galinha e as novas caras da Assembleia Legislativa

Dos 63 deputados estaduais eleitos este ano, 24 são novatos. A TARDE conversou com alguns deles

Publicado terça-feira, 11 de outubro de 2022 às 13:31 h | Atualizado em 18/10/2022, 11:56 | Autor: Dante Nascimento
Matheus de Geraldo, Ludmilla Fiscina e Pancadinha são alguns dos novatos eleitos para a Assembleia
Matheus de Geraldo, Ludmilla Fiscina e Pancadinha são alguns dos novatos eleitos para a Assembleia -

Ingressar na vida pública não estava nos planos de Fabrício Dias Nunes da Silva. A rotina do músico, conhecido como Pancadinha por causa do toque percussivo, orbitava os shows de pagode e em nada se aproximava do universo político. "Eu não gostava de política, mas depois percebi que a política está em tudo, no feijão, na gasolina, nas roupas que a gente usa”, argumenta.

Tudo mudou quando foi estimulado a se candidatar a uma vaga na Câmara Municipal de Itabuna, em 2020, após implementar projeto social para atender jovens em situação de vulnerabilidade. Acabou como o vereador mais votado da cidade naquele pleito. O caminho, então, se abriu de vez, e este ano Pancadinha (SD) foi eleito deputado estadual com 27 mil votos. Agora, pretende atuar na área da educação e afirma estar “aprendendo a cada dia” sobre a rotina na Assembleia Legislativa.

"Ninguém nasce sabendo de tudo. Estou conversando com pessoas experientes e me sinto preparado. Passei por muitas dificuldades por ser negro, de ser de comunidade, enfrentar esse preconceito. Estamos enfrentando barreiras, mas sempre de forma positiva, e nunca pensando em desistir. Nós mostramos que somos capazes”, afirma Pancadinha.

Fabrício Pancadinha é um dos 24 deputados que vão estrear na Assembleia Legislativa da Bahia, do total de 63 aprovados nas urnas. Muitos disputaram pela primeira vez um cargo eletivo e representam as diversas regiões do interior do estado.

Com nome nada convencional, Binho Galinha (Patriotas), como é conhecido Kleber Cristian Escolano de Almeida, se tornou o fenômeno de Feira de Santana, onde obteve a maioria dos quase 50 mil votos conquistados. Empresário local, ele ganhou força também por meio de trabalhos sociais na cidade.

Outro debutante do parlamento baiano conseguiu um feito expressivo. Com 104 mil votos, Marcinho Oliveira (União Brasil) foi o quarto mais votado entre todos os eleitos.

"Foi uma votação expressiva e isso foi fruto de um trabalho feito ao longo desse tempo. A ficha caiu e a gente sabe o tamanho da responsabilidade e vamos tentar ao máximo retribuir com atenção e dedicação aos municípios que confiaram o voto em mim. Não irei me distanciar”.

Marcinho, eleito em 2016 vice-prefeito de Santa Luz, disse que a região do Sisal necessitava de um representante que pudesse falar a “língua do interior” e defende a industrialização das cidades de pequeno e médio porte do estado.

"A gente tem uma linha de tentar levar geração de emprego para o interior. Projetos para levar isenção ou redução de imposto para empresas que possam se instalar no interior em mini polos industriais", destaca Marcinho.

Tradição política herdada    

Entre os deputados que vão estrear no púlpito da Assembleia Legislativa estão pessoas com tradição política na família. Como é o caso de Ângelo Coronel Filho, um dos herdeiros do senador Ângelo Coronel, o outro é Diego Coronel, eleito deputado federal, todos do PSD.

Assim como Coronel Filho, Matheus de Geraldo Júnior (MDB) disputou de forma inédita uma eleição e traz no nome a linhagem política. Eleito aos 23 anos para uma cadeira na Assembleia, ele é a prova da demonstração da força eleitoral do pai, que é presidente da Câmara Municipal de Salvador e candidato a vice na chapa de Jerônimo Rodrigues (PT).

"Um dos meus focos será fomentar o ingresso dos jovens no mercado de trabalho, mas também terei um mandato com foco em outras questões relacionadas à juventude, como educação, segurança e mobilidade urbana", explica Matheus.

Embora os novos deputados representem uma renovação de 39% na ALBA, as mulheres continuam sendo minoria, são apenas 2 dos 24 parlamentares novatos, e 8 entre todos os 63 eleitos. 

Uma delas é Ludmilla Fiscina (PV), que concorreu pela primeira vez a um cargo eletivo este ano. Ela é casada com o prefeito de Alagoinhas, Joaquim Belarmino Cardoso Neto, e atua há mais de uma década na área de assistência social e educação.

Ludmilla conta que resolveu disputar a eleição para que a cidade tivesse um representante na Assembleia e quer atuar na "defesa do social, dos jovens e no combate à violência doméstica". 

"Eu serei uma voz para que mais mulheres sejam estimuladas e fortalecidas a ocupar não só espaços na política, mas em outras esferas de poder", frisou. 

Veja os 24 novos deputados estaduais: 

Marcinho Oliveira (União Brasil): 104.969

Angelo Coronel Filho  (PSD): 76.455

Tiago Correia  (PSDB): 71.986

Vitor Azevedo  (PL): 67.847

Cafu Barreto (PSD): 67.324

Manuel Rocha (União Brasil): 66.445

Junior Nascimento (União Brasil): 65.423

Jordavio Ramos (PSDB): 64.569

Soane Galvão (PSB): 61.39

Ludmilla Fiscina  (PV): 60.921

Hassan De Zé Cocá (PP): 60.718

Matheus De Geraldo Júnior (MDB): 60.214

Angelo Almeida (PSB): 59.841

Pablo Roberto (PSDB): 55.585

Ricardo Rodrigues (PSD): 55.031

Emerson Penalva (PDT): 51.933

Felipe Duarte  (PP): 51.187

Binho Galinha  (Patriota): 49.834

Leandro De Jesus  (PL): 39.206

Patrick Lopes  (Avante): 35.607

Raimundinho da Jr  (PL): 35.188

Dr. Diego Castro  (PL): 33.827

Luciano Araujo  (SD): 28.412

Pancadinha (SD): 27.338

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