ELEIÇÕES
Sem estrutura ou votos, PCO usa campanha para divulgar “revolução"
Candidato do Partido da Causa Operária ao governo da Bahia, Marcelo Millet apresenta propostas polêmicas
Por Dante Nascimento

A falta de recursos financeiros e a limitada estrutura de campanha não impediram o Partido da Causa Operária de disputar a eleição ao governo da Bahia este ano. Consciente da inviabilidade nas urnas, o candidato Marcelo Millet aproveita o processo eleitoral para divulgar propostas da sigla, como a desapropriação de latifúndios, implementação de salário mínimo de R$ 7.500 e a revogação da Reforma Trabalhista.
Os ideais da "revolução social" defendida por Millet para a sociedade avançar rumo ao desenvolvimento foram discutidos nesta quarta-feira, 21, durante entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM.
Motorista de aplicativo, ele foi radical ao defender o fim da UBER no Brasil e a criação de uma empresa estatal para que os lucros sejam repartidos entre o governo e os trabalhadores. "Quando sair daqui eu já vou dirigir. Cerca de 90% dos passageiros dizem que vão votar em mim", contou.
Durante a conversa com os apresentadores Jefferson Beltrão e Ernesto Marques, Marcelo Millet afirmou que a campanha eleitoral é uma oportunidade de massificar a mensagem do partido.
"É um programa que o Partido da Causa Operária tem desde a sua fundação. Isso diferencia o PCO dos demais partidos. Nós temos um programa onde nós entendemos que somente a transição de um governo operário, de uma revolução social, nós vamos desenvolver o país", explica Millet.
O candidato do PCO detalhou ainda as dificuldades enfrentadas no processo eleitoral.
"Não temos essa ilusão de que a gente vai chegar, por exemplo, ao segundo turno. Somos um partido perseguido. Tivemos nossas redes sociais derrubadas às vésperas das eleições [pelo ministro Alexandre de Morais], e tivemos o fundo eleitoral bloqueado por 20 dias e já chegamos atrasado 20 dias ao pleito eleitoral", destaca.
Sobre um eventual segundo turno entre Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União Brasil), Millet explicou que, embora tenha críticas aos governos petistas, não pode apoiar o ex-prefeito de Salvador.
“Nós achamos que o candidato ACM Neto é o protetor do bolsonarismo. A mando da presidência do DEM, ele falou para o Rodrigo Maia [ex-presidente da Câmara Federal] arquivar quase duzentos pedidos de impeachment. Então, ele tem lado. Não tem essa de escolher quem é quem. Ele é bolsonarista e nós não fazemos parte desse lado”, argumentou.
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