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Em depoimento à CPI da Covid, médico relata política de 'coerção' na Prevent

Publicado quinta-feira, 07 de outubro de 2021 às 14:06 h | Atualizado em 07/10/2021, 14:46 | Autor: Redação
Dr. Walter Correa recebeu ameaça após ter feito denúncias contra a operadora | Foto: Pedro França | Ag. Senado
Dr. Walter Correa recebeu ameaça após ter feito denúncias contra a operadora | Foto: Pedro França | Ag. Senado -

O médico e ex-funcionário da Prevent Senior, Walter Correa de Souza Neto, afirmou, em depoimento à CPI da Covid, que havia política de "coerção" na empresa e que recebeu ameaça após ter feito denúncias contra a operadora. Ele foi convidado nesta quinta-feira, 7, para falar sobre as denúncias de que a operadora testou e disseminou remédios ineficazes em pacientes com Covid.

Durante o depoimento, a CPI exibiu o áudio de uma conversa telefônica entre Souza Neto e Pedro Benedito Batista Junior, diretor-executivo da Prevent. Na gravação, o diretor diz que o médico deveria "voltar atrás" e dizer para a imprensa que, quando fez as denúncias, passava por "um mal momento”. "Você tem muito a perder, velho. É sua vida, é sua família, cara, que vai ser exposta", afirma o diretor no áudio, acrescentando que não era ameaça, mas, sim um "conselho".

Em nota divulgada quando o áudio foi revelado, a Prevent Senior negou ter feito ameaças e disse que o médico "foi alertado que, após invadir e divulgar o prontuário de um paciente, seria levado à investigação pelo Conselho Regional de Medicina, o que, de fato, aconteceu, por infração à ética e à legislação."

Ainda no depoimento à CPI, Souza Neto disse que os médicos não tinham autonomia e que era obrigatório a prescrever drogas ineficazes contra a Covid.

"Eles instituíram um protocolo institucional e daí iniciou a determinação para que a gente prescrevesse essa medicação. Pouco depois, os kits com a medicação começaram a ser disponibilizados, colocados no consultório", respondeu o médico, que em seguida completou: "Era obrigatório".

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