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Ex-assessor de Flávio confirma rachadinha e implica membros da família Bolsonaro

Publicado sexta-feira, 03 de setembro de 2021 às 09:28 h | Atualizado em 03/09/2021, 09:32 | Autor: Da Redação
Segundo assessor, funcionários do Gabinete de Flávio e Carlos Bolsonaro precisavam devolver 80% do salário pago com dinheiro público | Foto: Flickr Bolsonaro
Segundo assessor, funcionários do Gabinete de Flávio e Carlos Bolsonaro precisavam devolver 80% do salário pago com dinheiro público | Foto: Flickr Bolsonaro -

Um ex-assessor do de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) confirmou em entrevista, que era obrigado a devolver mensalmente 80% do seu salário ao senador, então deputado estadual. O filho mais velho do presidente é investigado há anos pela prática de rachadinha, isso é, empregar assessores que não cumpriam funções na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), apenas para reembolsar os valores pagos com dinheiro público.

A informação foi inicialmente revelada pela coluna do jornalista Guilherme Amado, no Metrópoles e a entrevista do ex-assessor foi detalhada em reportagem da colunista Juliana Dal Piva, do UOL.

O ex-assessor é Marcelo Luiz Nogueira. Ele foi funcionário no gabinete de Flávio Bolsonaro entre 1º de fevereiro de 2003 até 6 de agosto de 2007. Nogueira contou que além de devolver 80% do salário, também precisava entregar porcentagem semelhante do 13º, férias, vale-alimentação e restituição do imposto de renda.

Nogueira revelou que os valores eram entregues em dinheiro vivo para a advogada Ana Cristina Valle, na época, mulher do presidente Jair Bolsonaro. Isso ocorreu todos os meses durante quatro anos.

Na mesmo época, Ana Cristina Valle, mãe de Jair Renan Bolsonaro, era chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, em seu primeiro mandato como vereador pela cidade do Rio de Janeiro. Segundo Nogueira, as mesmas condições foram impostas no gabinete do vereador. "Tudo a mesma coisa", afirmou Nogueira, à coluna.

De acordo com a coluna, nos anos de 2003 e 2004, o salário bruto de Nogueira era de R $1.791,79. A partir de 2005, o salário passou a ser de R$ 4.253,69. Já em 2006, foi de R$ 4.466,37. Ao todo, nos mais de quatro anos na Alerj, ele recebeu em salário bruto um valor de R$ 176.700. Esse valor corrigido pela inflação do período chega a R$ 382.805.

O sigilo bancário de Nogueira foi quebrado no âmbito das investigações de Flávio Bolsonaro. Foram realizados saques mensais, sempre em valores próximos ao seu salário. Em abril de 2007, dois dias depois de receber R$ 4 mil da Alerj, ele fez um saque de R$ 3 mil.

Os advogados de Flávio Bolsonaro Luciana Pires, Juliana Bierrenbach e Rodrigo Roca, negaram que o senador soubesse de irregularidades. "O parlamentar sempre seguiu as regras da assembleia legislativa e tem sido vítima de uma campanha de difamação. Tanto a defesa quanto o senador desconhecem as afirmações de Marcelo Luiz Nogueira dos Santos", diz a nota.

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