ECONOMIA
Feiras de artesanato no Brasil podem ganhar formato digital
Ação visa mercado internacional; microempreendedores e artesãos vão ganhar linha de crédito a partir de junho
Por Gabriela Araújo
As rotas que levam aos caminhos do artesanato podem sair do modelo feira e ganhar mais um formato, desta vez, no ambiente digital. Essa é uma das propostas do governo Lula (PT), que vem estimulando o fomento da economia solidária e de microempreendedores.
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A novidade foi revelada nesta sexta-feira, 17, ao Portal A TARDE, pelo ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Brasil, Márcio França, que desembarcou no estado para participar da abertura do 1º Festival Nacional de Artesanato na Bahia (FENABA).
“Nós [microempreendedores] formamos hoje 95% de todos os CNPJs do Brasil, os artesãos são 400 mil no país, que fazem artesanatos para vender. […]. Mas, eles tem limitações porque, muitas vezes, ficam restritas às feiras. Então, queremos apresentar também as alternativas fora das feiras, colocando também no formato digital, como a gente já fez em São Paulo”, contou França.
Mesmo com a nova alternativa, as feiras devem continuar embelezando e encantando as diversas cidades brasileiras. Segundo o ministro, os espaços são meio de troca e relacionamento com demais artistas.
“Agora, quanto mais feira tiver, mais as pessoas conhecem e se apaixonam, como aqui que tem outros estados juntos, possibilita o intercâmbio de relações, e incentiva a continuidade de uma atividade que mistura cultura com a subsistência. Pois, muitas pessoas que são artistas e artesãos sobrevivem disso e nós queremos incentivar as pessoas a vender”, afirmou.
O Ministério comandado por França foi criado neste terceiro mandato do governo Lula (PT). Como um incentivo a renegociação das dívidas aos microempreendedores, a gestão federal ampliou o programa Desenrola Brasil para este setor. Ao falar sobre o assunto, o ministro destacou uma outra novidade: o lançamento de uma linha especial de crédito.
“Nesta semana, nós lançamos o Desenrola para que as pessoas jurídicas pudessem desenrolar os seus problemas bancários e a partir do mês que vem, vamos lançar uma linha especial de crédito que vai atender os MEIs e os artesãos, onde eles podem levantar até metade do seu faturamento”, disse o ministro.
Novas iniciativas
O ministro Márcio França ainda estuda a possibilidade de exportar o artesanato para o mundo.
“Nós queremos fazer um cartão de crédito para identificação, através de um portal, que será exportado, na modalidade digital, para todo o mundo”, pontuou ao Portal A TARDE.
A iniciativa visa colocar os produtos produzidos pelos artesãos brasileiros em evidência para outros países. Isso porque, apenas 1% das artes, conforme França, são vendidas fora do Brasil.
“O Brasil ainda vende muito pouco da sua produção para fora. O Brasil só vende 1% para outros países. Na Itália, por exemplo, esse número é 70%. Mas, a gente ainda não conseguiu chegar nessas pessoas. A qualidade que a gente tem e a diversidade é muito rica, então, o objetivo do governo é que essas pessoas ganhem mercado”, concluiu.
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