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Filho de ex-ministro de Bolsonaro é um dos alvos de operação da Abin

Caio Cesar dos Santos Cruz teria intermediado compra do software FirstMile

Publicado sexta-feira, 20 de outubro de 2023 às 21:17 h | Autor: Da Redação
A PF cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva
A PF cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva -

O filho do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro do governo Bolsonaro, foi um dos alvos da operação Última Milha, da Polícia Federal (PF), que investiga o uso de um software para monitorar de forma ilegal aparelhos celulares da Abin. A ação foi deflagrada nesta sexta-feira,20.

A PF cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás, e no Distrito Federal. Segundo a PF, Caio Cesar dos Santos Cruz teria participado da intermediação da venda do programa FirstMile, da empresa israelense Cognyte, com o governo brasileiro, no final do mandato do ex-presidente Michel Temer.

A Abin confirmou o uso do software. De acordo com a Agência, o contrato teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi encerrado em 8 de maio de 2021, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

O software permitia o monitoramento de até 10 mil donos de celulares a cada 12 meses. Bastava digitar o número do contato telefônico desejado no programa. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo os investigadores, há indícios de que houve uso do sistema no governo Bolsonaro para monitorar ilegalmente servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes e integrantes do STF.

Em nota após a operação, a Abin informou que instaurou um procedimento para apurar a questão, que todas as solicitações da PF e do STF foram atendidas integralmente.

Confira a nota na íntegra:

A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) informa que, em 23 de fevereiro de 2023, a Corregedoria-Geral da ABIN concluiu Correição Extraordinária para verificar a regularidade do uso de sistema de geolocalização adquirido pelo órgão em dezembro de 2018.

A partir das conclusões dessa correição, foi instaurada sindicância investigativa em 21 de março de 2023. Desde então, as informações apuradas nessa sindicância interna vêm sendo repassadas pela ABIN para os órgãos competentes, como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal.

Todas as requisições da Policia Federal e do Supremo Tribunal Federal foram integralmete atendidas pela ABIN. A Agência colaborou com as autoridades competentes desde o início das apurações.

A ABIN vem cumprindo as decisões judiciais, incluindo as expedidas na manhã desta sexta-feira (20). Foram afastados cautelarmente os servidores investigados.

A Agência reitera que a ferramenta deixou de ser utilizada em maio de 2021. A atual gestão e os servidores da ABIN reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito.

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