POLÍTICA
Forte São Marcelo pode reabrir para visitação? Entenda o trâmite
Após 13 anos fechado, monumento histórico de Salvador pode voltar a receber turistas; governo da Bahia negocia gestão com a União

Por Flávia Requião

O Forte São Marcelo, ícone histórico de Salvador e único exemplar circular de fortificação portuguesa no país, pode voltar a receber visitantes em breve. Fechado para visitação em 2011, o monumento, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), está no centro de negociações entre o governo da Bahia e a União para que o estado assuma sua administração turística.
“O Forte São Marcelo é de propriedade da União. E o governo da Bahia requereu a cessão do imóvel para que a gente administre e dê uma utilização turística. Isso está tramitando dentro da Secretaria do Patrimônio da União — Ministério da Gestão. A burocracia para vencer não é fácil, mas temos interface com o SPU para agilizar o processo”, afirmou Maurício Bacelar, secretário de Turismo da Bahia (Setur-BA), em entrevista ao Portal A TARDE, destacando que o processo já se arrasta há cerca de seis meses.

Segundo detalhou Bacelar, o imóvel continuará pertencendo à União, no entanto, a gestão ficará sob responsabilidade do governo estadual. O chefe da pasta também antecipou que o local deve passar por requalificações.
“Vai ter reforma. Nossos técnicos estão estudando a melhor forma de aproveitar o espaço, abrir para visitação e recuperar a infraestrutura, incluindo atracadouro, instalações elétrica e hidráulica e pintura”, acrescentou.
A expectativa é que, em curto prazo, a cessão seja concedida, permitindo que as obras e adaptações avancem e o público possa finalmente visitar o local.
A SPU foi procurada pelo Portal no último mês, mas não respondeu até a publicação desta matéria.
História e importância do Forte São Marcelo
Construído em 1623 durante o governo de D. Diogo de Mendonça Furtado, o Forte São Marcelo foi erguido sobre uma coroa de areia na Baía de Todos os Santos para proteger Salvador de invasões, especialmente holandesas. Sobre o portal de entrada, há o escudo de armas do Império, mutilado após a Proclamação da República, em 1889.

Transformado em 2006 no Centro Cultural Forte de São Marcelo, o espaço já abrigou museus como Memórias do Mar, Memórias da Cidade e Memórias do Forte, além de restaurante e loja de lembranças. Na época, o acesso era feito por barco a partir do Terminal Turístico Marítimo, ao lado do Mercado Modelo, em um trajeto de apenas cinco minutos.
Entre 2006 e 2011, o forte recebeu cerca de 400 mil visitantes, um terço deles estudantes, com atividades educativas e culturais apoiadas por instituições públicas e privadas, incluindo a LG e Lojas Insinuante. A inauguração contou com presença de personalidades, como Maria Bethânia.
Em 2011, a Associação Brasileira dos Amigos das Fortificações Militares e Sítios Históricos (Abraf) – responsável pela gestão — teve o contrato com o Iphan encerrado e não renovado, em meio a discordâncias sobre prestação de contas e necessidade de obras. O forte passou por restauração entre 2014 e 2016, com investimento de R$ 7,5 milhões, mas desde então permanece fechado, podendo ser visto apenas de longe.
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