POLÍTICA
Governadores articulam pacto e pedem ampliação da produção de vacina à Fiocruz
Governadores de pelo menos 21 estados e do Distrito Federal discutem a possível adoção de um pacto nacional, com medidas restritivas gerais, para tentar frear a pandemia do novo coronavírus no país. Entre aqueles que já sinalizaram o interesse em aderir ao pacto, está o governador da Bahia, Rui Costa. Já está em vigor no estado, desde o dia 19 de fevereiro, o toque de recolher. Além disso, somente atividades essenciais podem funcionar na Região Metropolitana de Salvador.
Nesta segunda-feira, 8, estiveram reunidos na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) representantes da instituição e do Itamaraty, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o governador do Piauí, Wellington Dias, coordenador dos assuntos relacionados à vacinação no Fórum Nacional de Governadores. Outros governadores participaram por meio de videoconferência - entre eles não estava Rui, segundo a assessoria do governo.
Após o encontro, o governador do Piauí afirmou que, devido ao cenário da pandemia no país, foi solicitada à Fiocruz a ampliação da produção da vacina de Oxford/AstraZeneca, que atualmente varia de 250 mil a 300 mil doses diárias. “A partir de abril, há condições de chegar a até 1 milhão de doses por dia ou 30 milhões por mês, o que é uma ótima notícia. Fizemos aqui um apelo, dada a gravidade [da situação] do Brasil, dada a gravidade [do número] de óbitos e de internações., para poder contar com essa ampliação”, declarou Dias à imprensa.
"Assim como nos alegra o recebimento de 2,5 milhões de doses do Butantan, que vão ser entregues para todo o Brasil na quarta e quinta-feira, é importante também ter semanalmente entregas da Coronavac e da AstraZeneca", acrescentou o governador. Pazuello reforçou que, pelas dificuldades na aquisição de imunizantes, sem uma produção nacional, não haverá condições de uma vacinação em massa.
Segundo o ministro, uma decisão do governo indiano prejudicou o cumprimento do cronograma de doses a serem entregues. “A Índia, como país, dificultou o processo porque proibiu a exportação. Os países estão variando suas posições diplomáticas e comerciais porque o troço realmente é instável”, declarou Pazuello.
Estava prevista, por meio da Fiocruz, a entrega de uma quantidade de insumos que permitiria a produção de 15 milhões de doses em janeiro, o que não acontece. O ministro afirmou que a AstraZeneca resolveu, então, fornecer ao Brasil 12 milhões de doses prontas, importadas da Índia. No entanto, conforme Pazuello, apenas 4 milhões foram entregues, faltando, portanto, 8 milhões.
Dias defendeu que será necessário um trabalho conjunto, com auxílio da diplomacia, para cobrar o cumprimento do contrato. "O Brasil vive um momento especial. Como diz a própria Organização Mundial da Saúde, é o epicentro da pandemia no mundo, e ainda com o risco de muitas variantes que se espalham. Este é o argumento que queremos tratar para garantir as condições do cumprimento", disse.
Pfizer - Após uma reunião por videoconferência do presidente Jair Bolsonaro com o presidente mundial da Pfizer, Albert Bourla, o governo anunciou que 14 milhões de doses da vacina da farmacêutica americana devem ser entregues ao Brasil em maio e junho.
"O que que o presidente da Pfizer garantiu ao presidente Bolsonaro hoje? A antecipação de 5 milhões do segundo semestre para maio e junho. Ou seja, dos 9 milhões que nós tínhamos previstos, se incorporarão mais 5 milhões de doses, passando para 14 milhões", relatou à imprensa o assessor especial do Ministério da Saúde, Airton Soligo.
O governo federal negocia com a Pfizer um total de 99 milhões de doses até o final do ano. Soligo acrescentou que também há diálogo para a compra de 30 milhões de doses da vacina da Janssen.
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