RIGIDEZ
Governo determina ‘corte de cabelo apropriado’ e proíbe moicano
Estudantes terão que adotar regras rígidas após mudanças no sistema educacional
Por Redação

Usar uniforme limpo e arrumado, ter o corte de cabelo apropriado e apresentar um comportamento respeitoso ao entrar diariamente na escola. Estas regras terão que ser cumpridas pelos estudantes de El Salvador, após o governo do presidente Nayib Bukele instituir mudanças disciplinares no sistema educacional do país da América Central.
A ministra de Educação, a capitã Karla Trigueros, enviou um memorando a diretores de colégios, avisando que quem não cumprir as regras terá redução de notas e deverá realizar serviço comunitário.
Vestida com uniforme militar camuflado, a ministra, que também é médica, supervisionou pessoalmente o ingresso dos alunos. As informações são do G1.
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O efeito das novas diretrizes foi comprovado em barbearias e salões de beleza lotados de jovens, obrigados a erradicar de suas cabeças os cortes proibidos pelo governo: o moicano ou o conhecido como Edgar, muito comum entre os latinos, que se compara ao corte tigela.
Críticas
Bukele abraçou a medida, contestada por várias entidades sindicais de professores, que a consideraram ditatorial e advertiram contra a militarização da educação no país.
“Para construir o El Salvador que sonhamos, é claro que precisamos transformar completamente nosso sistema educacional”, argumentou o controverso presidente no X, acrescentando as palavras Deus, união e liberdade à sua declaração.
No comando do país desde 2019, Bukele aprovou uma reforma constitucional que elimina os limites de mandatos presidenciais e, consequentemente, permite que ele permaneça no poder indefinidamente.

A estratégia de pacificar o país com sua guerra às gangues e a construção de megaprisões o tornou popular e mostrou-se tão bem-sucedida quanto polêmica. Entidades que advogam por direitos humanos denunciam a redução da criminalidade às custas de violações, perseguições e tortura.
O viés autoritário de seu governo é motivo de orgulho para o presidente salvadorenho, de 44 anos, que se define como “o ditador mais legal do mundo” e caiu nas graças de Donald Trump.
Foi para El Salvador que o governo americano deportou centenas de imigrantes rejeitados pelos EUA, incluindo cidadãos de outros países, como a Venezuela.
Bukele ressaltou o duplo status de capitã e médica de sua nova ministra da Educação e a necessidade de quebrar paradigmas. O presidente se opôs à comunidade LGBTQIA+ e à ideologia de gênero. “É antinatural, anti-Deus e antifamília”, afirmou.
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