POLÍTICA
Lula almoça com bispo da Assembleia de Deus e irrita Malafaia: "Não sei que bíblia ele usa"
Por Da Redação
Um almoço entre o ex-presidente Lula e Manoel Ferreira, bispo primaz da Assembleia de Deus, igreja de grande influência no país, mexeu com os ânimos de figuras importantes do meio evangélico no país, segmento que representa parte importante do eleitorado de Jair Bolsonaro.
O encontro foi compartilhado pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, primeiro candidato evangélico a presidência com maior competitividade, ainda em 2002. À ocasião, o PT venceu o pleito com o apoio de nomes que hoje são opositores a Lula, como o pastor Silas Malafaia e o bispo Edir Macedo.
Na foto aparecem o ex-presidente da República, o bispo Manoel Ferreira e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, André Ceciliano (PT).
Única petista na bancada evangélica, Benedita da Silva também esteve no almoço, assim como a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffman.
Líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia condenou o encontro do bispo com aquele que definiu como o presidente do governo "mais corrupto da história política". Em conversa com a Folha de S. Paulo, ele disparou contra o bispo e questionou qual "bíblia" ele usava, afinal.
"Como é que um líder da envergadura dele, que sabe muito bem que o governo Lula foi o mais corrupto da história política do país...Lamento que um líder ainda vá se encontrar com ele [...] Não sei que bíblia que ele usa, só posso ficar admirado. Mais nada. Aí não adianta mandar nota, dizer que apoia Bolsonaro.É um negócio estranho na minha visão. Encontros secretos que ninguém sabe não me cheiram bem", declarou.
Lula tem ainda como desafeto outras lideranças, como o pastor Valdemiro Santiago, que ficou contrariado com o ex-presidente, que criticou líderes religiosos que prometeram curas milagrosas para a Covid-19 no seu primeiro discurso após a anulação da sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Valdemiro foi um deles, que durante a pandemia chegou a oferecer em um dos seus cultos uma semente de feijão de R$ 1000. Segundo o pastor, quem as cultivasse, teria a cura para a doença.
"O senhor acabou com a sua pretensa campanha. Nem sabe se vai fazer isso, alguém vai te botar de novo na cadeia", disparou o pastor à época.
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