TRANSIÇÃO
Lula deve anunciar alguns nomes para ministros na sexta, diz Gleisi
Múcio (Defesa), Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Dino (Justiça) estão entre cotados
Por Da Redação
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve anunciar nesta sexta-feira, 9, alguns nomes que irão compor o seu ministério a partir de 1º de janeiro, segundo a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR).
Lula dará uma coletiva de imprensa às 10h45 de sexta, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde ocorrem os trabalhos da transição.
"O presidente deve começar amanhã a divulgar. Ele acabou de me chamar para o final da tarde [desta quinta] para conversar, está querendo pelo menos amanhã anunciar alguns nomes de ministros. Ele estava querendo deixar para depois da diplomação, mas tem muita especulação, muita coisa. Aquilo que ele já tem certeza, que está certo, ele quer divulgar amanhã", disse Gleisi.
Além disso, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que o anúncio de ministros deve ser feito de forma gradual e sem açodamento e ressaltou que Lula já pensou nos primeiros nomes. O comentário aconteceu após uma reunião com o grupo de trabalho de ambiente, na manhã desta quinta-feira, 8, no CCBB.
“Você vai gradualmente escolhendo os nomes, anunciando. Primeiro, não deve ter açodamento. Segundo, deve ser gradual mesmo, vai fazendo em paz. Ouvindo muito, o que é muito bom”, ressaltou Alckmin.
Entre os favoritos a assumir Ministérios na nova gestão, estão Fernando Haddad (Economia), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e José Múcio Monteiro (Defesa).
Alguns desses nomes cotados aguardam o aval de Lula para começar a se movimentar. Ex-integrante do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio espera a oficialização pelo presidente eleito para conversar ainda nesta semana com os pretensos futuros comandantes das Forças Armadas e nomes designados pelo governo Jair Bolsonaro (PL) para a transição.
Já Haddad se reuniu com representantes do Banco Mundial para discutir os investimentos da organização no Brasil. Ele também esteve nesta quinta-feira com o ministro Paulo Guedes (Guedes) no ministério.
Na última semana, Lula afirmou que só anunciaria os nomes do seu ministério depois da sua diplomação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcada para segunda-feira, 12. O petista afirmou, no entanto, que já tinha 80% do ministério formado “na cabeça”.
"No domingo serão entregues os relatórios finais de todos os grupos então é bom mesmo já ter os ministros responsáveis por cada área que vão ter que fazer os encaminhamentos", disse Gleisi.
PEC
Gerlado Alckmin comentou a aprovação, na noite de quarta-feira, 7, da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição no Senado.
O texto amplia o teto de gastos em R$ 145 bilhões em 2023 e 2024 para o pagamento do Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família) e libera outros R$ 23 bilhões para investimentos fora do teto em caso de arrecadação de receitas extraordinárias.
A PEC é a principal aposta de Lula para cumprir promessas de campanha, como a manutenção do Bolsa Família em R$ 600 e o adicional de R$ 150 por criança até seis anos.
“Acho que o resultado foi muito positivo. A PEC não aumenta gastos em proporção ao PIB [Produto Interno Bruto] praticamente. A despesa primária se mantém em 19% do PIB. O que precisa é melhorar a qualidade do gasto público”, disse.
“E esse é um teto, não quer dizer que vai gastar também. É um teto que foi estabelecido. E este ano é o ano de se rediscutir uma nova ancoragem fiscal, que acho que deve ser levado em conta um tripé: a questão da curva da dívida, o superávit primário e a questão dos gastos do governo.”
O vice-presidente eleito também criticou qualquer tentativa de reduzir o prazo de dois para um ano, como querem líderes do centrão na Câmara.
“Eu entendo que o ideal é manter os dois anos, porque daí dá também para discutir reforma tributária. E a própria discussão da nova ancoragem fiscal. Fazê-lo com mais calma.”
Alckmin descartou que a análise da constitucionalidade das emendas de relator pelo STF (Supremo Tribunal Federal) possa trazer qualquer risco à aprovação da PEC na Câmara.
“São questões distintas. E acredito que, da mesma forma que o Senado deu uma manifestação expressiva, a Câmara também o fará, entendendo que o que se deseja é pagar o Bolsa Família, manter o estado funcionando”, afirmou.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes