POLÍTICA
Lula sanciona regulamentação da reforma tributária
Texto, que contou com vetos do presidente, muda tributação sobre o cosumo e isenção de impostos para alimentos básicos
Por Da Redação com Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o projeto de lei complementar que versa sobre a regulamentação da reforma tributária durante cerimônia no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, 16.
"Fazer o que nós fizemos num regime democrático, em um Congresso onde meu partido só tinha 70 deputados e 9 senadores. Fazer isso com imprensa livre, sindicato livre e com empresário podendo falar o que quiser, demonstra que a democracia é a melhor forma de governança que existe no planeta Terra", celebrou o presidente, em discurso na cerimônia de sanção, no Palácio do Planalto.
Para o presidente, pela magnitude da reforma, que incluiu emenda constitucional, lei complementar e uma mudança que mexe nos interesses de todos os estados e municípios, só um regime autoritário teria condições de fazer, mas a democracia brasileira fez uma "proeza".
O projeto, que contou com vetos em questões "majoritariamente técnicas" de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aprova temas como a simplificação dos tributos, a isenção de impostos para cesta básica, redução de alíquota para medicamentos, entre outros.
Ainda de acordo com Haddad, a reforça será o maior legado econômico do terceiro mandato de Lula.
"Não vai ser perceptível a mudança amanhã ou depois de amanhã, mas tenho certeza que esse é o maior legado da economia que o senhor vai entregar para população brasileira", disse à Lula durante o evento.
Em seu discurso, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a reforma ainda pode ser alterada, mas que sua aprovação só foi possível pelo amplo engajamento da sociedade brasileira, do governo e do Congresso Nacional.
"Se não é a reforma tributária absolutamente ideal, e obviamente que nada é imutável e impassível de modificações ao longo do tempo, é a possível de ser feita", pontuou.
Novidades
O texto de regulamentação da reforma trata das regras de incidência do Imposto Sobre Valor Agregado (IVA Dual), que se subdivide em dois tributos básicos sobre o consumo: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), arrecadado em nível federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será arrecadado por estados e municípios. Esses novos impostos foram formulados em uma emenda constitucional aprovada em dezembro de 2023, no que foi o primeiro grande passo da reforma.
Além disso, será instituído o Imposto Seletivo (IS), o chamado "imposto do pecado", que é uma sobretaxa aplicada sobre determinados produtos e serviços considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. A nova legislação promove, gradualmente, a substituição de cinco tributos: PIS, Cofins, IOF-Seguros, IPI, ICMS e ISS. O processo de transição para o novo modelo, com o IVA Dual, começa em 2027 e vai até 2033.
Além da redução e simplificação de tributos, a regulamentação da reforma traz novidades como o cashback (devolução parcial de imposto para os mais pobres), impostos reduzidos para imóveis e cesta básica nacional isenta de imposto.
"O sistema cashback garantirá a devolução personalizada do tributo às famílias de baixa renda, inscritas no CadÚnico [Cadastro Único de Programas Sociais]. Portanto, com critério social claro e definido. Quem ganha até meio salário mínimo de renda per capita familiar estará apto a receber automaticamente o cashback desse imposto", exemplificou o senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator do PLC no Senado, citando que os mais pobres poderão reaver impostos sobre botijões de gás e serviços de energia elétrica e outros.
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