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12/05/2022 às 6:07 | Autor: Jefferson Beltrão

ENTREVISTA | MIRELA MACEDO

Machismo e patriarcado estão incrustados na nossa cultura

Deputada disse que "existe uma defasagem na Bahia em relação às bolsas de pesquisa"

Parlamentar participou do programa Direto do Legislativo, com Jeferson Beltrao
Parlamentar participou do programa Direto do Legislativo, com Jeferson Beltrao -

Ações de enfrentamento à violência contra a mulher estão entre as principais conquistas da deputada estadual Mirela Macedo (UB). “A mulher é uma bandeira inerente ao meu mandato”, afirma. Segundo ela, questões municipalistas, porém, são sua maior luta. “É o município que define a vida das pessoas”.

Recém-filiada ao União Brasil, depois de estar no PSD desde 2011, ela procura tranquilizar eleitores que podem ter se surpreendido com a mudança: “Continuo lutando pelo social e as pessoas mais necessitadas”. Confira nesta entrevista também transmitida pela TV Alba (canal aberto 12.2 e 16 na Net).

Depois de migrar este ano para o União Brasil, partido de centro-direita, após mais de dez anos filiada ao PSD, que na Bahia se comporta como de centro-esquerda, como a senhora espera convencer os eleitores que se acostumaram a vê-la na antiga legenda de que ainda existe um lado social-democrático em Mirela Macedo?

Não tem muito o que convencer com palavras. Minha prática diz tudo pros meus eleitores, eles acompanham o meu trabalho. E meus eleitores sabem que sou de comunidade, de ponta, não sou uma deputada de gabinete. Venho pro gabinete quando é importante estar no gabinete, participar das sessões legislativas, das comissões. Mas o meu trabalho é na ponta, nas comunidades, no município. As pessoas conseguem palpar esse meu trabalho. O convencimento está na prática, no dia a dia, na rotina. A gente na nossa caminhada já mostra isso. Então, não tem muito o que convencer. Vou continuar sendo Mirela, lutando pelo que acredito, pelo social, pelas pessoas mais necessitadas. A Bahia é um estado extremamente grande e diverso. Cada região tem sua demanda. E tenho base eleitoral na Bahia inteira. No Extremo Sul, no Oeste, no Sudoeste, no Recôncavo, na Região Sisaleira, na Região Metropolitana. Agora estou expandindo também pra capital e a gente vê que são diversas as demandas. E na minha veia, no meu sangue, corre lutar pelas demandas que essas pessoas solicitam pra gente na ponta, nas comunidades, nos municípios, na zona rural, nas comunidades quilombolas, nos assentamentos, enfim. Isso não vai deixar de existir. Com ACM Neto governador a gente vai estar lutando da mesma forma, com propriedade. Vamos lutar e sensibilizar o Governo do Estado, pra que a gente possa levar ações e transformar a vida das pessoas.

Qual tem sido sua participação nas discussões do programa de governo do pré-candidato ACM Neto?

ACM Neto ainda está muito envolvido na questão das articulações. A gente tem visto uma movimentação muito grande. ACM Neto era o presidente nacional do Democratas. Então, ele teve que cuidar dessa transição, do Democratas, PSL, dessa fusão em União Brasil em todo o Brasil. Não foi uma questão só de Bahia. E agora a gente tem as articulações políticas de apoio. Ultimamente, teve a vinda de João Leão. Inicialmente, João Leão era o candidato ao Senado, de repente muda pra Cacá [Leão]. Isso movimenta muita coisa, precisa das conversas, dos diálogos. Mas estamos atentos. Inclusive, a gente tem algumas pautas que já vem enviando para o União Brasil, pra que possam ser colocadas no programa de governo do pré-candidato ACM Neto e ouvidas, observadas. Pautas que poderão ser colocadas em prática depois, quando ele assumir, com fé em Deus, o Governo do Estado.

O União Brasil oficializou o nome do deputado federal Luciano Bivar, presidente nacional da legenda, como pré-candidato à Presidência da República. Até que ponto esse movimento do partido atrapalha a pré-candidatura de ACM Neto, que defende a não nacionalização da campanha na Bahia?

Acho que não atrapalha. ACM Neto já é um nome consolidado na Bahia. Vejo no interior do estado as pessoas dizendo “vou votar em Lula e em ACM Neto”. Então, hoje as pessoas já conseguem dissociar o que é o quê. Não tem mais aquela coisa de “ah, se for votar em presidente do PT, tem que votar pra governador [do mesmo partido]”. Não, isso já está mais dissociado, as pessoas já conseguem ter esse discernimento. Acho que a informação chega hoje de uma forma muito mais facilitada pras pessoas e as pessoas já conseguem discernir uma coisa e outra coisa e não pegar um pacote completo e estar votando nesse pacote completo.

Quem a senhora deve apoiar para a Presidência da República?

Estou esperando ver a orientação do partido. A gente ainda não sabe de fato quem são os pré-candidatos.

E se for confirmado Luciano Bivar como candidato do União Brasil?

Certamente, eu vou seguir a orientação do partido, do União Brasil. Mas várias conversas estão sendo estabelecidas.

E caso o União Brasil libere seus filiados a votar em qualquer nome?

Vamos ver quais são os nomes que vão ser estabelecidos.

Mas a gente já tem uma ideia de quais são os principais nomes, não?

É, tem, mas não estão estabelecidos ainda, né? Lula lançou uma pré-candidatura agora. A gente não sabe até que ponto essas pré-candidaturas que estão lançadas vão continuar, vão se tornar candidaturas nas convenções. Acho que muita coisa ainda vai ser alterada. Então, não gostaria de me precipitar.

Sobre sua atuação parlamentar, deputada, quais são suas principais bandeiras?

Sou da área de saúde. Minha formação foi saúde, respirei saúde pública a minha vida. De formação e início de trabalho antes de entrar na política. Então, com certeza, a saúde é uma bandeira muito forte minha. Claro que a questão da mulher também. Nós, mulheres, somos hoje minoria nos espaços políticos. Na Assembleia Legislativa da Bahia a gente tem 63 deputados, apenas dez mulheres. A mulher é uma bandeira inerente. A questão da educação também. Sou filha de professora da rede estadual. Também é uma bandeira. Mas acredito que minha luta maior é pela questão municipalista, pra que a gente possa ter os municípios mais fortalecidos. Hoje a gente tem município que fica com a cuia na mão pra o governo estadual e pro governo federal, porque é o mínimo que chega de recurso na ponta. Então, a gente precisa fortalecer muito os municípios. O município é que define a vida das pessoas, quem está ali na necessidade real, seja na educação, na saúde, na infraestrutura, em que situação for.

E qual sua principal conquista desde quando passou a atuar como deputada estadual?

Não sei dizer se é a principal conquista, mas fiquei muito feliz quando a gente conseguiu estabelecer a Ronda Maria da Penha no município de Lauro de Freitas. Foi uma luta nossa. E a gente vê através de dados, de números que essa ação, com certeza, conseguiu salvar muitas vidas de mulheres que sofrem de violência doméstica. Conseguimos levar também pra Lauro de Freitas um carro que dá assistência ao Centro de Referência de Atendimento à Mulher para vítimas de violência doméstica também. Esse carro serve pra pegá-las em suas casas e levá-las pro atendimento judicial, pra atendimento psicológico, de assistente social e transportá-las de novo pra casa. Isso foi um ganho muito grande. Hoje a gente tem duas leis que foram projetos nossos em defesa também da mulher em relação à violência doméstica. Uma é a que estabelece o 13 de novembro como Dia Estadual de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. E tem a lei também que determina a notificação obrigatória por parte de estabelecimentos de saúde estaduais, quando o servidor percebe que aquela mulher está ali com situação de agressão por conta de violência doméstica. Notificação compulsória nas delegacias especializadas. Essa pauta da mulher mexe muito com a gente, porque somos vítimas de violência o tempo inteiro. Não precisa ser apenas violência doméstica. O machismo e o patriarcado estão incrustados na nossa cultura e a gente o tempo inteiro sofre violência.

A senhora é autora de uma indicação feita ao governador Rui Costa para que as bolsas de pesquisa pagas pela FAPESB, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia, sejam reajustadas em 30% e passem a ser corrigidas anualmente. O que a motivou a apresentar essa indicação?

Existe uma defasagem aqui na Bahia em relação às bolsas de pesquisa. Desde 2013 que não existe um reajuste e a gente precisa dos estudantes e universidades estimulados pra que a pesquisa vá pra frente. Tem pesquisas aí que precisam ser colocadas em prática e não têm o fomento, o incentivo do Governo do Estado. E a gente precisa que o governo incentive, pra que os estudantes e as universidades possam estar produzindo conteúdos que vão ser benefício pra sociedade baiana.

A senhora é natural de Salvador mas tem uma ligação muito forte com Lauro de Freitas, onde iniciou sua trajetória política, e, como já foi dito, representa também diversas outras regiões do estado. Quais são as principais demandas dessas regiões que seu mandato procura atender?

Na Região Metropolitana [de Salvador], especificamente, a gente tem uma série de pautas. Por exemplo, a questão dos rios que abastecem a maior parte da população. É uma questão que precisa ser colocada em pauta. Essa é uma questão que a gente já está viabilizando junto com algumas ONGs e associações, pra que o nosso próximo governador possa dar conta disso. Tem uma série de demandas também da questão da oferta de água na região do Oeste. A gente tem um problema sério de fornecimento de água. Hoje as pessoas estão passando sede. Não tem água pra abastecer a sua família, o seu plantio, a criação de animal, a agricultura familiar. Cada região tem a sua necessidade específica. O fortalecimento da agricultura familiar também é algo importantíssimo. Hoje as pessoas não estão conseguindo mais viver da agricultura, do plantio, da criação.

A senhora que já foi eleita vice-prefeita de Lauro de Freitas e concorreu nas eleições de 2020 como candidata a prefeita, ainda tem a pretensão de assumir a gestão pública do município?

Esse desafio só se Deus colocar no meu caminho pra poder enfrentar. Eu quero muito ver minha cidade transformada. Eu considero Lauro de Freitas a minha cidade, porque foi a cidade que me acolheu enquanto profissional. Foi lá que eu me desenvolvi enquanto fisioterapeuta, enquanto mulher. E eu quero muito ver a minha cidade transformada. Mas acredito que isso pode ser feito através de qualquer outra pessoa que tenha essa vontade de realizar, de fazer uma gestão séria, de realmente ver as coisas acontecerem. E essa pessoa existindo, eu estarei para apoiar. Hoje estou focada no mandato de deputada estadual. Tenho o compromisso de estar lutando pelas cidades que confiaram o voto em mim, continuando o meu trabalho, dando resultado através do meu trabalho de deputada estadual. E em 2024, se a gente tiver esse nome, eu estarei para apoiar. Mas também poderei enfrentar o desafio.

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Tags:

direito do legislativo jefferson beltrão mirela macedo

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