POLÍTICA
Manifesto une empresários, intelectuais e economistas contra ameaça de Bolsonaro a eleição
Com as recentes ofensivas do presidente Jair Bolsonaro, um grupo de empresários, economistas, intelectuais e representantes de diferentes setores divulgaram um manifesto em defesa do sistema eleitoral brasileiro. Publicado nesta quinta-feira, 5, no Estadão, o comunicado reforça que “a sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias”.
Em resposta às ameaças de Bolsonaro de que não vai permitir a realização da eleição de 2022, o manifesto confirma que o pleito está garantido e que o "seus resultados serão respeitados". A carta foi publicada no mesmo dia em que o presidente passou à condição de investigado no inquérito das fake news que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedir o compartilhamento de informações. No total, 11 crimes serão apurados.
Nomes de peso do mundo empresarial assinaram o manifesto, entre eles Frederico e Luiza Trajano, do Magazine Luiza, Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, do Banco Itaú Unibanco, Carlos Jereissati, do Iguatemi, Pedro Passos e Guilherme Leal, da Natura, e Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde. Também assinam economistas como Armínio Fraga, Pedro Malan, Ilan Goldfajn, Persio Arida, André Lara Resende, Alexandre Schwartsman e Maria Cristina Pinotti.
“A sociedade civil precisa se manifestar como na época da campanha pelas eleições diretas. Bolsonaro já entrou em todos os órgãos de controle, como a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, e a luta dele agora é controlar o Judiciário. É imprescindível a união de todos em defesa da democracia”, afirmou Maria
Affonso Celso Pastore, economista do Centro de Debates de Políticas Públicas e um dos idealizadores do ato, diz que logo que foi pensado contou com uma grande adesão. Ele ressalta que é preciso impedir que Bolsonaro tome o controle do "judiciário", como tenta com diferentes órgãos do Estado.
Leia na íntegra:
“O Brasil enfrenta uma crise sanitária, social e econômica de grandes proporções. Milhares de brasileiros perderam suas vidas para a pandemia e milhões perderam seus empregos.
Apesar do momento difícil, acreditamos no Brasil. Nossos mais de 200 milhões de habitantes têm sonhos, aspirações e capacidades para transformar nossa sociedade e construir um futuro mais próspero e justo.
Esse futuro só será possível com base na estabilidade democrática. O princípio chave de uma democracia saudável é a realização de eleições e a aceitação de seus resultados por todos os envolvidos. A Justiça Eleitoral brasileira é uma das mais modernas e respeitadas do mundo. Confiamos nela e no atual sistema de votação eletrônico. A sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias.
O Brasil terá eleições e seus resultados serão respeitados.”
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