POLÍTICA
Ministério não queria "protagonismo" de Doria, aponta documento
Por Da Redação

O Ministério da Saúde não desejava o "protagonismo" do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no calendário de vacinação no país, conforme documento enviado à CPI da Covid e obtido pela TV Globo.
Intitulado "Novembro 2020_Planejamento em comunicação anúncio CoronaVac", o documento interno tratava da estratégia de comunicação da pasta na pandemia.
Em novembro, o governo Bolsonaro ainda não havia fechado com o Instituto Butantan a compra de doses da Coronavac, chamada na época pelo presidente de "vacina chinesa". Àquela altura, o governo federal só tinha acordo com a AstraZeneca/Oxford e com o consórcio Covax Facility, mas sem datas de chegada das doses.
No documento, a Saúde avalia a atuação do governador de São Paulo a favor do imunizante. "São Paulo domina pela sensação de 'segurança' ao anunciar mês e data para ter uma vacina", diz o texto.
O documento prevê que as cobranças sobre o governo federal em relação ao início da vacinação aumentariam. Diante do cenário, uma das opções cogitadas era não especificar um dia, mas sim apontar que o cronograma estaria aberto e o ministério, pronto para começar a imunização assim que houvesse autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em um trecho, a pasta menciona o que seria um ponto negativo dessa estratégia: "Deixa o protagonismo do calendário com Dória e laboratórios".
O texto afirma também que "na imprensa, a narrativa da 'politização' marca o debate sobre vacinas e se intensifica progressivamente em decorrência das movimentações do governador de São Paulo, João Doria".
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