Mourão diz que 'não tem de onde tirar' recursos para o Renda Cidadã
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quinta-feira, 1º, que o Renda Cidadã, programa social que deve suceder o Bolsa Família, não será financiado com recursos destinados para o pagamento de precatórios e nem com parte do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Precatórios são dívidas de ações judiciais nas quais a União foi derrotada.
A proposta havia sido anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro por parlamentares, no início da semana. No entanto, Mourão afirma que o governo voltou atrás e descartou usar dinheiro dessas fontes para bancar o programa.
"Esse assunto já virou a página, já acabou", afirmou. "Voltou atrás, provavelmente não vai usar", completou Mourão, em entrevista no Palácio do Planalto.
"Não tem de onde tirar, essa é a realidade", alertou, relatando que não existe uma fonte de recursos no qual o programa consiga ser tirado do papel.
Como alternativa para o Renda Cidadã, Mourão sugeriu a criação de um imposto. Ou a flexibilização do teto de gastos. A princípio, o governo não queria descumprir o teto.
“Se você quer colocar um programa social mais robusto que o existente, você só tem uma de duas linhas de ação: ou você vai cortar gastos em outras áreas, e transferir esses recursos para esse programa, ou vai sentar com o Congresso Nacional e propor algo diferente, uma outra manobra, que seja fora do teto de gastos, com imposto específico e que seja aceito pela sociedade. Não tem outra solução. Ou então mantém o status quo”, destacou.