POLÍTICA
MPF chama Geddel de "criminoso em série" em pedido de prisão
Por Paula Pitta

Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) disseram que na representação da prisão preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) que ele é um "criminoso em série". "Geddel Vieira Lima adequar-se-ia à figura do 'serial criminal', ou criminoso em série, ou seja, criminoso habitual que faz de uma dada espécie de crime (neste caso, crimes financeiros e contra a Administração Pública) sua própria carreira profissional", disse em um trecho do documento do MPF.
A prisão do peemedebista foi solicitada pela Polícia Federal (PF) após encontrar R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador ligado ao político baiano. A descoberta foi usada como argumento para solicitar a conversão da prisão domiciliar em preventiva.
O juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, que acatou o pedido, argumentou em sua decisão que a descoberta de digitais do ex-ministro em algumas cédulas achadas no imóvel indicam que o recolhimento domiciliar de Geddel é ineficaz.
"Em outras palavras, os fatos supervenientes à prisão domiciliar de Geddel Quadros indicam que a medida deferida pelo TRF da 1ª Região, sobretudo porque não foi possível a implantação da monitoração eletrônica, é (no momento) completamente ineficaz diante desse novo quadro, pois não garante a eficiência da medida, como se pode notar pela dinheirama encontrada (sem documentação e sem comprovação de origem) perto da residência em que se encontra cumprindo a prisão domiciliar decretada", disse o juiz, no despacho.
Cui Bono
A prisão de Geddel aconteceu na quarta fase da Operação Cui Bono, que investiga fraude na Caixa Econômica Federal na época que o peemedebista era vice-presidente entre 2011 e 2013.
Além de Geddel, o coordenador-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Gustavo Ferraz, também foi detido. Logo depois, ele foi exonerado pela Prefeitura de Salvador. A PF também encontrou digitais dele no dinheiro encontrado no imóvel em Salvador.
Ferraz, que já foi assessor de Geddel, é apontado como o responsável por ter buscado em 2012 dinheiro de propina enviado por pessoas ligadas ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB).
Buscas
Além dos mandados de prisão, a PF também cumpriu três de busca e apreensão nas casas de Geddel, Ferraz e da mãe do político baiano, que mora no mesmo prédio do filho no Jardim Apipema. A PF suspeita que Geddel poderia ter guardado documentos e dinheiro no imóvel da mãe.
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