MPF chama Geddel de "criminoso em série" em pedido de prisão
Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) disseram que na representação da prisão preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) que ele é um "criminoso em série". "Geddel Vieira Lima adequar-se-ia à figura do 'serial criminal', ou criminoso em série, ou seja, criminoso habitual que faz de uma dada espécie de crime (neste caso, crimes financeiros e contra a Administração Pública) sua própria carreira profissional", disse em um trecho do documento do MPF.
A prisão do peemedebista foi solicitada pela Polícia Federal (PF) após encontrar R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador ligado ao político baiano. A descoberta foi usada como argumento para solicitar a conversão da prisão domiciliar em preventiva.
O juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, que acatou o pedido, argumentou em sua decisão que a descoberta de digitais do ex-ministro em algumas cédulas achadas no imóvel indicam que o recolhimento domiciliar de Geddel é ineficaz.
"Em outras palavras, os fatos supervenientes à prisão domiciliar de Geddel Quadros indicam que a medida deferida pelo TRF da 1ª Região, sobretudo porque não foi possível a implantação da monitoração eletrônica, é (no momento) completamente ineficaz diante desse novo quadro, pois não garante a eficiência da medida, como se pode notar pela dinheirama encontrada (sem documentação e sem comprovação de origem) perto da residência em que se encontra cumprindo a prisão domiciliar decretada", disse o juiz, no despacho.
Cui Bono
A prisão de Geddel aconteceu na quarta fase da Operação Cui Bono, que investiga fraude na Caixa Econômica Federal na época que o peemedebista era vice-presidente entre 2011 e 2013.
Além de Geddel, o coordenador-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Gustavo Ferraz, também foi detido. Logo depois, ele foi exonerado pela Prefeitura de Salvador. A PF também encontrou digitais dele no dinheiro encontrado no imóvel em Salvador.
Ferraz, que já foi assessor de Geddel, é apontado como o responsável por ter buscado em 2012 dinheiro de propina enviado por pessoas ligadas ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB).
Buscas
Além dos mandados de prisão, a PF também cumpriu três de busca e apreensão nas casas de Geddel, Ferraz e da mãe do político baiano, que mora no mesmo prédio do filho no Jardim Apipema. A PF suspeita que Geddel poderia ter guardado documentos e dinheiro no imóvel da mãe.