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ENTREVISTA - CEUCI NUNES

‘Não podemos ficar dependentes de medicamentos do exterior’

Diretora- presidente da Bahiafarma diz que objetivo do laboratório é virar polo de produção de medicamentos e insumos para o SUS

Por Divo Araújo

23/09/2024 - 6:00 h | Atualizada em 23/09/2024 - 11:12
Ceuci Nunes é diretora-presidente da Bahiafarma
Ceuci Nunes é diretora-presidente da Bahiafarma -

Ainda pouco conhecida, a Bahiafarma é um laboratório farmacêutico público do estado que tem metas para lá de ambiciosas. Dentre elas, a de se tornar um polo regional de produção de insumos e medicamentos para o SUS. O caminho é longo, como explica a presidente da Bahiafarma, Ceuci Nunes, nesta entrevista exclusiva ao A TARDE, mas já começou a ser trilhado.

“A ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o presidente Lula querem reduzir a dependência do SUS de medicamentos e insumos estrangeiros”, explicou a médica infectologista. “Por isso, há esse grande apoio aos laboratórios públicos”, acrescentou. A expectativa de Ceuci é que, já em meados de 2025, a Bahiafarma comece a produzir para o SUS kits diagnósticos de HIV, covid, sífilis e dengue. “A partir daí vamos encadear com outras coisas”. Saiba mais sobre esse laboratório público na entrevista que segue.

O que a Bahiafarma vem fazendo exatamente hoje?

A Bahiafarma é um laboratório farmacêutico público. Existem 21 laboratórios farmacêuticos públicos no Brasil. Os mais conhecidos são os ligados à Fiocruz, que é o Bio-Manguinhos, o Farmanguinhos e o Butantan de São Paulo, que fez a vacina CoronaVac. Nós chegamos à Bahiafarma, em março do ano passado, para reestruturá-la, porque ela estava praticamente parada. Mas, depois de o governo federal incluir o complexo econômico industrial da saúde no PAC, há um volume grande de recursos. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o presidente Lula querem reduzir a dependência do SUS de medicamentos e insumos estrangeiros. A meta é que, em dez anos, 70% de tudo que o SUS consome nessa área seja produzido no Brasil. Por isso, há esse grande apoio aos laboratórios públicos. E a Bahiafarma, por ser um laboratório bem estruturado no Nordeste, tem sido escolhido para ser apoiado. A gente tem também o Lafepe, em Pernambuco, que é um laboratório grande. Temos outros menores no Nordeste. Então, a Bahiafarma é um laboratório público que tem como objetivo a produção de medicamentos e insumos para o SUS, mas também pesquisa, inovação e ensino. A gente entende que fazer inovação e pesquisa é fundamental para o funcionamento desses laboratórios e poder trazer coisas novas para o SUS. Por isso, uma das primeiras coisas que a gente pensou quando chegou aqui foi reativar essa área de pesquisa e inovação. Trouxemos uma pessoa da área, que é doutora Gisélia Souza, farmacêutica e estudiosa do complexo econômico industrial da saúde. Trouxemos ela para fundar essa área na Bahiafarma. Temos convênios já assinados com várias universidades, como a Faculdade de Farmácia da Ufba, a UFRB, com todas as universidades estaduais e com outras federais, como a Universidade Federal de Pernambuco e Univasf, que tem campi na Bahia, Pernambuco e Piauí.

A Bahia mantém contato com outros laboratórios para transferência de tecnologia?

Sim, desde o ano passado, nós fizemos cinco chamamentos públicos. Porque, como a Bahiafarma é um laboratório público, tem que ter transparência nessas parcerias. E vamos apresentar agora, já com os parceiros selecionados, 18 projetos de PDP, que é Parceria para Desenvolvimento de Produto. Ou seja, a transferência de tecnologia de farmacêuticas nacionais e internacionais para a Bahiafarma. Dentre esses projetos, temos três PDIL, que são do Programa de Desenvolvimento e Inovação Local, bem na área de pesquisa.

A escolha desses parceiros e dos medicamentos que serão desenvolvidos leva em consideração o quê?

Levam em consideração as metas do Ministério da Saúde. Primeiro, as doenças negligenciadas, que é o objetivo primordial dos laboratórios públicos. Porque, para muitas dessas doenças, as grandes farmacêuticas não querem produzir medicamentos que são de baixo custo. Por isso, tem que ter subsídio do governo federal. Então, uma coisa são as doenças negligenciadas e a outra são as doenças muito prevalentes como, por exemplo, hipertensão, diabetes, câncer. O Ministério da Saúde não fez uma lista de produtos. Ele fez uma lista das enfermidades que têm interesse que os laboratórios fabriquem. Os medicamentos oncológicos são prioridade. Medicamentos para diabetes e hipertensão, também. E aí entram ainda as doenças negligenciadas - tuberculose, leishmanioses, anemia falciforme.

Além da transferência de tecnologia, a Bahiafarma repassa para o SUS esses medicamentos que chegam desses laboratórios?

Como se dá a parceria de desenvolvimento de produtos? É uma transferência de tecnologia do fim para o começo. A gente faz, por exemplo, parceria com uma grande farmacêutica nacional. A gente já começa, a partir desse PDP, a fornecer esse medicamento para o SUS com a logomarca da Bahiafarma. Como se fosse um produto nosso. Aí, depois, vamos começar a fazer a embalagem secundária, a embalagem primária. Depois, as cápsulas e comprimidos. E depois produzir o medicamento na Bahiafarma.

A expectativa é que a Bahiafarma comece a produzir o primeiro medicamento em quanto tempo?

Não sei se vai ser um medicamento. A gente tem outra coisa que já tem um chamamento e a empresa que venceu foi uma chinesa, para produzir kit diagnósticos. A gente acredita que vai ser o primeiro produto colocado no mercado pela Bahiafarma. Serão kits diagnósticos de HIV, Covid, sífilis e dengue. A gente acha que, em junho de 2025, deve sair o primeiro produto. E a partir daí vamos encadear com outras coisas.

Tivemos, na semana passada, a apresentação do projeto de criação do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Medicamentos, que será instalado no Parque Tecnológico da Bahia. Qual é a importância para a Bahia ter um centro como este?

É importantíssimo. Primeiro, com a prospecção da Bahiafarma desses parceiros, nós também fomos conversar com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. E o secretário André Joazeiro nos disse que tinha um projeto aprovado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para fazer um laboratório de biotecnologia no parque. E propôs à Bahiafarma assumir a direção desse laboratório. Isso para a gente é extremamente importante. Porque todas as farmacêuticas que nós visitamos, tanto públicas quanto privadas, têm um laboratório de pesquisa, inovação e desenvolvimento, que ajuda inclusive na produção. Por exemplo, estou produzindo uma cápsula de algum medicamento. Se houver algum problema na produção, quem resolve é esse laboratório. Pode até dizer, olha não vamos fazer cápsula, vamos fazer comprimido, porque fica melhor. Ou vamos fazer em líquido. Vários problemas na produção, esse laboratório resolve. E ele vai ser um laboratório que não é para uso só da Bahiafarma. Vai ser utilizada pelas universidades da Bahia e quem tiver interesse também para desenvolver suas pesquisas.

A senhora já falou dessas parcerias com as universidades. Como é que se dá exatamente essa troca?

A gente foi procurar principalmente os cursos de farmácia das universidades. Procuramos saber o que estava sendo estudado lá. A Univasf, por exemplo, está estudando as propriedades medicinais do maracujá do mato. Tem outros pesquisadores estudando a moringa. Há outros também estudando as propriedades do licuri, que são muitas. Não só no óleo do licuri, que é um cicatrizante importante, que pode substituir óleos utilizados nessa área. Mas já estão sendo desenvolvidas pesquisas para avaliar outras propriedades, de proteção gástrica, até como inibidor de células cancerígenas. Isso é uma fase bem inicial ainda, mas está sendo estudado na Universidade Federal de Pernambuco, na Universidade de Campinas. A gente começou a fazer contatos e daí surgiu a nossa parceria mais forte até o momento, que é com a Faculdade de Farmácia da Ufba. Com a Faculdade de Farmácia nós vamos submeter dois PDIL. Um para o desenvolvimento da hidroxiureia, com formulação pediátrica. Porque a Bahia é o primeiro estado em prevalência de anemia falciforme por causa da grande população negra. E a hidroxiureia melhora muito a qualidade e a sobrevida dessas pessoas. Ela deve ser utilizada a partir dos oito meses de vida, mas só existe em comprimido. Como é que uma mãe vai manipular um comprimido para dar uma dose à criança? O que estamos desenvolvendo é uma fórmula pediátrica. Não sabemos ainda que formulação vai ser. Não é fácil. Se fosse fácil, a indústria lá já tinha feito. Pode ser que seja um xarope ou um pozinho para diluir. Mas esse estudo a gente está fazendo junto com a Faculdade de Farmácia da Ufba. Outro estudo que já está bem avançado é um medicamento para neuropatia diabética, que é um problema de saúde pública no Brasil e na Bahia.

Esse centro, que será criado, vai coordenar esses projetos?

Além de coordenar, vai contribuir em muitas coisas. A Faculdade de Farmácia, por exemplo, não tem tal equipamento para continuar essa pesquisa. Esse centro vai ter este tipo de equipamento. E como você vai compartilhar, é um equipamento que vai ser muito utilizado. E para a Bahia é muito necessário.

A expectativa é que esse centro comece a operar a partir de quando?

O projeto está feito. Tem um galpão lá. E a gente vai transformar esse galpão num laboratório. Para isso, vamos precisar dos equipamentos. A gente vai ter que captar mais recursos. A gente não tem ainda a expectativa de quanto tempo, mas queremos fazer no menor tempo possível.

A boa relação do Estado com o governo Lula facilita esse processo?

A Bahiafarma está sobrevivendo hoje de um contrato de gestão com a Secretaria de Saúde. Isso demonstra que o governo está interessado na Bahiafarma. O Ministério da Saúde vai liberar para gente R$ 221 milhões para cinco projetos que nós encaminhamos. Não é pouca coisa. Com esses recursos, que são do PAC, a gente vai estruturar a fábrica. Na verdade, já estamos estruturando. Se você for olhar aí, está tudo em obra para a gente tocar esses projetos das parcerias para transferência de tecnologia.

A Bahia tem potencial para se transformar num polo regional de produção de medicamentos e pesquisas?

Umas das visões do governo Lula é tirar do eixo Sul-Sudeste todos os investimentos nessa área. Mas se você não manda projeto, não tem como obter financiamento do Finep. A gente está querendo reverter isso. Esse empenho da Bahiafarma vai ajudar nessa reversão. É claro que Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e outros estados também estão fazendo movimentos para isso. Mas a gente tem possibilidade de ser um grande polo. E isso é importante para você ter mais empregos e mais empregos qualificados. A gente está fazendo uma parceria com a Fiocruz também, já assinamos um convênio de formação de profissionais de nível superior para a área farmacêutica.

A senhora falou da biodiversidade da Bahia. Nós temos a caatinga, o cerrado, a mata atlântica. Esses biomas têm muito potencial para produção de insumos para a saúde?

Tem muita coisa. Em reunião com a Casa Civil, a gente foi conversar sobre o licuri. Porque as pessoas que trabalham com licuri foram as primeiras a procurar a gente. Para a gente fazer o envase do óleo de licuri. A gente está trabalhando nisso. O secretário da Casa Civil, Afonso Florence, disse: olhe, eu quero que vocês peguem pelo menos cinco produtos para estudar. É claro que, em pesquisa e desenvolvimento, a gente não pode saber o que vai acontecer ali na frente. São produtos que estão sendo estudados na bancada e que tem um potencial farmacológico para se transformar em medicamento. A pesquisa é que vai dizer quais desses realmente vão se transformar em bons medicamentos. Não é para imediato, é uma coisa para ser estruturada no seu tempo próprio. Então, a gente está fazendo coisas a curto prazo, que é a produção de kits, dos sólidos orais. Também vamos submeter ao ministério, não sabemos se vai ser aprovado, os medicamentos biológicos. Eles são os medicamentos mais modernos da indústria farmacêutica para tratamento de câncer. Nossa prioridade são os sólidos orais e os kits. Mas nós estamos sendo muito audaciosos e esperamos que nossos projetos sejam aprovados. Nós vamos submeter 18 projetos. Claro que nem todos serão aprovados, a gente já sabe. Mas a gente está trabalhando para fazer projetos muito bem feitos. Temos também a moringa. Ontem passei numa farmácia e vi lá já produtos da moringa, que é uma planta nossa. Eram produtos ainda são de cosméticos, mas têm potencial para virar medicamentos.

Voltando à questão da anemia falciforme, que afeta majoritariamente a população negra. É uma prioridade da Bahiafarma produzir pesquisa e inovação para tratar esses pacientes?

É uma prioridade tão grande que a gente inaugurou, logo no início do governo Jerônimo, o Centro de Anemia Falciforme, que é o único do Brasil nesse formato. É claro que a atenção para a anemia falciforme tem que ser montada na Bahia como um todo. Mas esse medicamento pode ser de grande valia para os pacientes. Essa formulação pediátrica. Quando a gente fala dela todo mundo fica muito alegre da gente está investindo nessa questão da hidroxiureia pediátrica.

Mudando de assunto, a senhora foi diretora do Instituto Couto Maia de janeiro de 2007 a março de 2022 e teve uma atuação de destaque no combate à pandemia de Covid-19. Qual o aprendizado da pandemia que a senhora traz para essa nova função?

Primeiro, quero dizer que o Hospital Couto Maia fez 171 anos. A gente tinha uma sede muito antiga, sem nenhuma condição de atender as necessidades sanitárias. E nós inauguramos, em 2018, o novo Couto Maia. Isso é um grande orgulho para mim e para a equipe do Couto Maia. Isso possibilitou a gente fazer uma assistência adequada na época da covid. Linkando as duas coisas, o que a gente aprendeu é o que exatamente a ministra da Saúde quer fazer. A gente não pode ser dependente. Teve época lá que a gente não tinha álcool gel. Tivemos dificuldade para comprar máscara. Porque tudo era fabricado fora. E as grandes potências, num instante, abocanham tudo. A gente viu a guerra que foi por respirador. A principal lição que a gente tirou é que a gente não pode ficar tão dependente de insumos e medicamentos do exterior. Tivemos momento de fazer doses menores de sedativos para entubar as pessoas, porque estava faltando medicamento. Porque eles não são fabricados no Brasil. Essa é uma grande lição que a gente tirou, tanto que o ministério colocou essa prioridade.

Falando em pandemia, negacionismo, a senhora tem uma posição bastante crítica em relação ao Conselho Federal de Medicina. O que ocorre com esta instituição na avaliação da senhora?

Eu já fui do Conselho Federal de Medicina. Em duas gestões, fui suplente da Bahia. E fui do Conselho Regional de Medicina. A categoria médica é muito diversa na sua ideologia. É claro que a medicina, por ser um curso muito elitizado, apesar de estar mudando mais recentemente com as cotas, tem uma ideologização da categoria. Mas a gente convivia muito bem. E discutia muito bem os temas e chegávamos às vezes ao consenso conversando. O que se transformou o Conselho de Medicina? O conselho, principalmente o federal, mas os conselhos regionais também seguiram a mesma linha. A ideologia passou a se sobrepor às evidências científicas. O Conselho Federal de Medicina, infelizmente o presidente durante o período da pandemia e o presidente pós-pandemia, foram reeleitos nos seus estados e são negacionistas da ciência. A medicina é baseada na ciência. Os pilares da medicina são a relação médico paciente, o sigilo e as evidências científicas. A gente só pode tratar as pessoas com medicamentos, com técnicas que estão aprovadas pela ciência. E não foi isso que o Conselho Federal de Medicina adotou na pandemia. Eles apoiavam medicamentos sem eficácia. No início até se justifica, porque a gente não tinha tratamento. Mas, quando começaram a sair as pesquisas, logo em outubro de 2020, os dados preliminares desse estudo já mostravam que a cloroquina não servia para nada. Logo depois surgiram as evidências de que a ivermectina também não servia. E o Conselho Federal de Medicina continuou apoiando o uso desses medicamentos se baseando na premissa da autonomia médica. Como se a autonomia médica não tivesse nenhuma barreira. Eu posso ser autônoma para prescrever uma coisa ineficaz para o meu paciente? Não. O limite da autonomia é a ciência. Eles também ficaram contra o uso de máscara. E a gente sabia que numa doença respiratória, a máscara reduz a transmissão. E também contra a vacina. Eles recentemente fizeram uma pesquisa para os médicos dizerem se devia ou não ter vacina pediátrica. Como que o médico vai dizer? Se o médico atua baseado na ciência e a ciência já disse que a vacina pediátrica é importantíssima para proteger as crianças. Aí você faz uma pesquisa dessa, que não tem sentido nenhum. O que a gente percebe é essa ideologização do Conselho de Medicina ao extremo.

Essa posição em relação à vacina, não falo nem só sobre o conselho, mas de forma geral, acabou revertendo os números que a gente tinha no Brasil. Como a senhora vê isso?

Eu sou infectologista e sempre estudei vacinas. É um tema que eu gosto muito. A gente ia à Europa, e a antivacina era um movimento importante. Até os profissionais de saúde tinham medo de se vacinar. E gente tinha orgulho que no Brasil não existia isso. Depois, com essa coisa aí do presidente Bolsonaro dizer que virava jacaré se tomasse vacina, isso não só atingiu a vacina de covid. Atingiu todos os outros imunizantes. A cobertura vacinal caiu e a gente está em risco de voltar a ter doenças que já foram eliminadas como sarampo, como rubéola. Por causa da baixa de vacinação. As pessoas dizem, ah, mas essa doença não existe mais. Não existe mais porque a população está vacinada. Se você tiver uma população que não esteja vacinada, rapidamente esse vírus circula porque existem em outras partes do mundo e as pessoas vão desenvolver a doença. O Brasil tinha uma das maiores coberturas vacinais do mundo. Era um orgulho para o Brasil, o Programa Nacional de Imunização. Agora está voltando aos poucos a subir de novo a cobertura vacinal.

A senhora foi convidada para ser candidata a vice-prefeita de Salvador na chapa com Geraldo Júnior e acabou declinando do convite. Tem planos de seguir na carreira política?

Eu sempre fiz política, desde política estudantil, política médica. É uma coisa que eu gosto muito e tive a experiência de ser candidata, que foi uma experiência muito boa. É uma questão ainda que não decidi internamente se eu vou continuar. A minha vida como gestora teve muitos bons frutos. Para mim isso é uma coisa importante, tanto no Couto Maia como agora na Bahiafarma. E inclusive foi por isso que fui uma das pessoas que foram sondadas para ser candidata a vice e declinei porque estava com esse projeto que eu sabia que ia ser importante para Bahia e para o SUS. Mas acho fundamental que haja mais mulheres na política. A mulher tem essa questão do cuidado muito mais intensa. Porque ela cuida dos filhos, do marido, dos pais. Essa visão é importante. A gente vive num país muito machista, a política é muito machista também.

Raio-x

Ceuci Nunes é médica infectologista, doutora e mestre em Medicina Interna pela Ufba, especialista em Medicina Tropical pela Universidade Federal de São Paulo e em Pesquisa Clínica pela Universidade da Califórnia (EUA). É uma das fundadoras do Movimento Médicas e Médicos pela Democracia e da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia. Por 15 anos, foi diretora do Hospital e do Instituto Couto Maia, referência nacional em doenças infecciosas. Desde março de 2023, é a diretora-presidente da Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (Bahiafarma).

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