'Não vai me usar como muleta', responde Rui Costa à provocação de João Roma sobre Sputnik
Provocado em rede social pelo ministro da Cidadania João Roma, o governador da Bahia, Rui Costa (PT) disse que não vai permitir ele tente lhe fazer de "muleta" para ganhar projeção na política baiana.
O republicano, que chamou o caso da Sputnik V, vacina russa contra a Covid-19, de "fracasso do PT", é pré-candidato ao governo da Bahia e pretende representar o presidente Jair Bolsonaro no estado.
Sputnik V, a vacina que foi sem nunca ter sido. Fracasso do PT da Bahia, que fez propaganda, falou, falou e agora saem de fininho e desistem. O fato é que quem tem disponibilizado vacina para nosso povo é o governo @jairbolsonaro.
— João Roma (@joaoromaneto) August 6, 2021
"Eu entendo o esforço que o ministro de Bolsonaro está fazendo, mas não servirei de muleta para ele se projetar na política da Bahia [...] o esforço dele é enorme para tentar explicar o desastre do pior presidente da República que a gente já teve na história do Brasil, um presidente que negou vacina ao povo", rebateu Rui em entrevista à rádio Sociedade na manhã desta terça-feira, 30, relembrando a decisão do governo federal de ignorar as tentativas de negociação pela Pfizer.
"O governo se negou a comprar e impediu que estados e municípios tivessem acesso à Sputnik, mas não vou polarizar com o ministro. Entendo as dificuldades dele ser ministro do pior presidente da história, não é fácil, e ainda tentar representar esse governo na Bahia não é fácil. Mas não vou dar a ajuda que ele tanto precisa", acrescentou.
TERCEIRA VIA
Rui se mostra pouco crente em uma terceira via alternativa a Lula e Bolsonaro em 2022. Indagado sobre possíveis alianças após a filiação do atual presidente ao PL, e até uma possível dissidência do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do PSDB, derrotado por João Doria nas prévias, para se unir a ACM Neto (DEM), o governador diz que o próximo ano será movido à "polarização".
De um lado, estarão aqueles que apoiaram e ainda dão sustentação ao atual governo. Do outro, aqueles que fazem oposição. Neste cenário, diz Rui, todos que "andaram de mãos dadas" com Bolsonaro serão lembrados pelo povo.
"O recado é para todos que andaram de mãos dadas, que votaram e elegeram ele, que o apoiou durante três anos e meio, que andou abraçado com ele. Como vira agora para as pessoas e diz que não tem nada mais a ver com isso? Vocês provocaram isso tudo [...] o povo acompanhou quem votou e pediu voto a ele, quem deu sustentação, quem pegou emendas no orçamento secreto", advertiu.