POLÍTICA
Números da Covid dobram em Campo Formoso após testes com funcionários de parques eólicos
Por Raul Aguilar

O crescimento abrupto nos casos da Covid-19 no município de Campo Formoso é motivado pela contaminação de trabalhadores de dois parques eólicos que estão sendo construído no região, é o que confirma a prefeita do município, Rose Menezes (PSD).
Após saber dos novos casos, a prefeita, auxiliada pelo Comitê de Enfrentamento à covid-19, visitou os empreendimentos e exigiu a testagem de todos os funcionários da área onde trabalhavam os infectados. O número saltou de 14 para 32 infectados.
“Entramos em contato todas as empresas, estamos acompanhando. Fizemos visitas, auditorias nas empresas seguindo os protocolos. Decidimos pela redução dos ônibus da empresa que rodam no município, uma melhor distribuição dos alojamentos e dos espaços nos refeitórios”, disse a prefeita, em entrevista para A TARDE Conecta, transmitido pelo Grupo A TARDE.
De acordo com ela, em testagens feitas no último final de semana, dos 235 colaboradores, 16 testaram positivo. “Os que testaram positivo e que não moram no município estão cumprindo isolamento em alojamento separados, acompanhados pela empresa. Os que são daqui da região e que tem família na cidade ou nos distritos estão sendo monitorados e os familiares e os colegas que, porventura, estiveram contato com eles, estarão sob acompanhamento e serão testados”, explicou a prefeita.
Rose avalia que o fluxo de pessoas de fora do município nas empresas pode ter causado as contaminações. Ela tranquiliza a população. “Está tudo sob controle, houve muito boato sobre o assunto e queremos tranquilizar a população. Os casos foram rastreados e estamos acompanhando. O município de Campo Formoso não vive uma situação de transmissão comunitária da covid-19”. Ela mesma vai vítima de contaminação e se recupera tendo apenas sintomas leves.
Manutenção do Comércio
Na última segunda-feira, 15, a prefeitura baixou um decreto mantendo a suspensão da abertura de bares e restaurante e mantendo o funcionamento da feira da cidade, exclusivamente aos sábados, com acompanhamento dos agentes da prefeitura, que tem assegurado o distanciamento social e evitado aglomerações.
Apesar da pressão dos comerciantes dos segmentos que encontram-se parados, Rose diz entender as reivindicações, mas avalia que ainda não é o momento para reabertura de espaços que podem causar aglomerações e lembra que nenhuma cidade da Bahia permitiu, ainda, o retorno de bares e restaurantes.
A prefeita lembra que o único remédio para o coronvírus é o isolamento social. “Cada um de nós precisa estar consciente e fazer sua parte, se não a gente não consegue vencer. Neste período de pandemia nós já fechamos e abrimos o comércio, fechamos a feira, abrimos, realizamos o distanciamos das barraca, nós separamos e o povo juntava, aglomeravam”, explica ela, lamentando o descumprimento das regras por uma minoria.
Ações de combate ao covid-19
Para combater o novo coronavírus, a prefeitura de Campo Formoso adotou, desde o início da pandemia, uma visão técnico-científica e epidemiológica como norte para ações contra de prevenção e contra o vírus, seguindo preceitos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e executando medidas tomadas pelo governo da Bahia e pela prefeitura de Salvador como exemplo. É o que conta a prefeita do Município, Rose Menezes (PSD).
“Criamos um Comitê de Enfrentamento à covid-19, nos reunimos com setores da sociedade e nos espelhamos nas ações do Governador Rui Costa e da secretaria de Saúde do Estado, reproduzimos também alguns decretos efetivados em Salvador. Implantamos barreiras sanitária, criamos um call center para denúncias e graças a ajuda da população de Campo Formoso, conseguimos chegar a uma taxa de isolamento social de 55%. Isso nos possibilitou a reabertura do comércio, observando as medidas de segurança. Nossa ação é regionalizada, enfrentamos o problema no bairro”, explica Rose Menezes.
Dificuldades na pandemia
A prefeita de Campo Formoso revela que três situações estão trazendo preocupações para gestão municipal no momento. A primeira é em relação ao transporte clandestino, que continua acontecendo mesmo sob forte fiscalização da prefeitura. A segunda é sobre aglomerações nas filas da Caixa Econômica Federal, motivada pela decisão do governo federal de manter o pagamento do auxílio emergência e do Bolsa Família exclusivamente no banco e em lotéricas. E por último, o receio de Rose é com festas e confraternizações que estão acontecendo aos finais de semana.
“Com a instituição das barreiras sanitárias estamos conseguindo conter um pouco o transporte clandestino.. Sempre digo que existem a barreira física e a barreira da consciência. Se a pessoa sabe que, por exemplo, em Juazeiro, Salvador, o número de contaminação está alto e ela não tem urgência para ir nestes locais, o certo é ficar na cidade. Infelizmente, temos pessoas que estão pegando transporte clandestino para esses locais e que acabam trazendo o vírus para cidade”, lamentou.
Com a proximidade da data em que é celebrado o São João, principal festa no interior da Bahia, a chefe do Executivo de Campo Formoso afirma que crescem os questionamentos sobre o que poderá ser feito no festejo neste ano, por conta da pandemia, apesar do decreto do governo do estado que antecipou esse e outros feriados.
“Me perguntam se no São João vão poder acender fogueira, digo que aí depende da barreira da consciência. Nossa recomendação é que não tenha fogueira. Fogueira produz fumaça, os fogos de artifício também. Sabemos que o coronavírus ataca sistema respiratório, por isso que é bom evitar esse contato com a fumaça, para não prejudicar o corpo. Não proibimos, recomendamos que quem não precise fazer, que não faça”, explica Rose Menezes.
Outra dificuldade relatada pela prefeita e que queixa geral dos gestores de municípios baianos é a queda na arrecadação por conta da paralisação do comércio. Em Campo Formoso, a queda chegou aos 30%.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes