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Pacheco anuncia saída do DEM e filiação ao PSD

Publicado sexta-feira, 22 de outubro de 2021 às 13:41 h | Atualizado em 22/10/2021, 20:09 | Autor: Luiz Felipe Fernandez e Redação
Esse é o primeiro passo formal para uma possível candidatura de Pacheco à presidência da República em 2022 | Foto: Marcelo Camargo I Agência Brasil
Esse é o primeiro passo formal para uma possível candidatura de Pacheco à presidência da República em 2022 | Foto: Marcelo Camargo I Agência Brasil -

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, anunciou sua saída do partido Democratas e a filiação ao PSD, a convite do presidente da sigla, Gilberto Kassab. Pacheco informou a mudança nesta sexta-feira, 22, em suas redes sociais.

"Comunico que, nesta data, tomei a decisão de me filiar ao PSD, a convite de seu presidente, Gilberto Kassab. Agradeço aos filiados, colegas e amigos do Democratas de Minas Gerais e de todo o país o período de convivência partidária saudável e respeitosa", escreveu.

Pacheco ainda agradeceu o presidente do DEM, ACM Neto, e desejou sucesso ao recém-criado União Brasil (fusão do DEM com o PSL).

Esse é o primeiro passo formal para uma possível candidatura de Pacheco à sucessão de Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a pré-campanha de Pacheco para a Presidência da República foi lançada na terça-feira, 19, em um jantar na casa do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em Brasília. Na mesma noite, Pacheco comunicou em conversa com ACM Neto que deixaria o partido para se filiar ao PSD.

Diferentemente de Arthur Lira (PP-AL), claro aliado de Bolsonaro, Pacheco tem tomado decisões, públicas e nos bastidores, que contrariam os interesses do Palácio do Planalto.

De acordo com o Datafolha, no cenário em que o nome de Pacheco é apresentado, Lula lidera com 42% das intenções de voto. Bolsonaro vem em seguida, com 24%.

Líder da bancada do PSD na Câmara, o deputado federal Antônio Brito comemorou a filiação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ao partido liderado por Gilberto Kassab. Em conversa com o grupo A TARDE, o deputado fez elogios ao mineiro e confirmou que ele chega com moral para ser o representante da sigla na briga pela presidência em 2022.

Brito confirmou que o partido não vai submeter Pacheco e outros nomes, como o do senador Otto Alencar (PSD-BA), que preside a sigla na Bahia, a algum tipo de prévias, mas que esta decisão será tomada em comum acordo e harmonia. 

"Nós estamos felizes com a chegada do presidente do Senado, todos os nosso deputados federais estão muito contentes para receber eles de braços abertos. Para nós é muito importante ter candidatura à presidência da República", disse o deputado.

Questionado sobre a possibilidade do PSD colocar Pacheco na chapa majoritária do PT com o ex-presidente Lula, Brito prega cautela e diz que no momento o mais importante é a comprensão de que a legenda terá o comando do Congresso.

"O que virá pela frente, depende da construção política, que se faz com diálogo", salienta.

Nesta tarde, momentos após anunciar oficialmente a sua filiação, Rodrigo Pacheco diz confiar que junto ao PSD pode tocar uma "proposta alternativa" à polarização entre Lula e Bolsonaro, dos quais o partido possui as suas "divergências".

"Há divergências em relação à proposta de Bolsonaro e há divergências em relação à proposta de Lula, e essas divergências têm que ser respeitadas[...] No momento certo, o PSD vai tomar suas decisões. Mas eu acredito muito que o PSD possa ter uma proposta alternativa, moderna, nova, de futuro, que possa olhar o Brasil para frente. Eu acredito muito que o partido será protagonista dessa proposta de Brasil", declarou o senador, que optou por não se aprofundar na fala sobre a eleição e preferiu se reservar para o momento "oportuno".

O caminho distante da "polarização" é o que também prega odeputado federal Charles Fernandes (PSD), que considerou Pacheco um "quadro extremamente respeitado" e capaz de se viabilizar por ter "um passado limpo": um nome perfeito para a "terceira via". Outros candidatos, segundo o parlamentar, não empolgaram como o prometido.

"Um homem de passado limpo, poderia sair dessa polarização entre o PT e a extrema esquerda, extrema direita, nesse momento de Bolsonaro. Pacheco seria um nome ideal para essa terceira via. O Doria não entusiasmou, não emplacou. Eu não vejo outro nome nesse momento como o de Pacheco, pela grandeza do nosso partido", analisou.

Ex-juiz da Lava-Jato e antigo ministro do governo Bolsonaro, Sergio Moro se filiou ao Podemos e pode ser mais um a buscar espaço na corrida presidencial. Charles, no entanto, acha que com os últimos acontecimentos ele perdeu força e teve a imagem desgastada, somado à dificuldade diante do tamanho do Podemos.

"Difícil agora, no Brasil, um partido pequeno e com a imagem de Moro, que não é a mais a mesma do que era há dois anos atrás. Certamente no Podemos, mas não tem estrutura que o PSD tem, por exemplo. Respeito o nome de Moro, mas acho que a bola da vez de Moro passou devidos os acontecimentos da Lava Jato. Ele já não é mais o nome para ser a terceira via", pontua.

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