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Parlamentares baianos avaliam decisão que anulou condenações de Lula

Publicado segunda-feira, 08 de março de 2021 às 21:50 h | Atualizado em 08/03/2021, 21:53 | Autor: Raul Aguilar
o ex-presidente Lula teve as condenações anuladas pelo ministro Edosn Fachin
o ex-presidente Lula teve as condenações anuladas pelo ministro Edosn Fachin -

Parlamentares do campo da esquerda festejaram a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular todos as condenações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em processo da 13º Vara Federal de Curitiba, no âmbito da Lava Jato. A maioria dos políticos ouvidos pelo A TARDE acredita que o ato não deve afetar a formação de uma possível frente ampla para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em 2022.

Fachin absolveu o ex-presidente sob a alegação de que a Justiça Federal do Paraná não tinha competência para processar e julgar Lula.

“A justiça tarda, mas não falha. A decisão do ministro Edson Fachin é de que o fórum para julgar Lula não era o de Curitiba, o que podia ter sido notado muito antes. Se o fórum não era aquele, ele não poderia ter sido preso. Mas ainda que tardia, vale a verdade. É uma decisão que repõe a justiça para o ex-presidente Lula, o que é uma vitória importantíssima”, destacou o senador do PT, Jaques Wagner.

O governador Rui Costa (PT) classificou o ato como uma “vitória” da justiça e da democracia. “A verdade começa a ser restabelecida com a decisão do ministro Fachin de anular todas as condenações do ex-presidente Lula pela Justiça Federal no Paraná relacionadas às investigações da Lava Jato. Vitória da Justiça. Vitória da democracia”.

O coordenador da bancada de parlamentares da Bahia, o deputado federal Marcelo Nilo (PSB), em tom de ironia, afirmou que para justiça ser feita em sua integralidade só falta o ex-juiz Sérgio Moro ser preso.

Nilo lembra que o ex-juiz responsável pela condenação de Lula no caso do tríplex localizado no Guarujá, área litorânea de Santos, aceitou o cargo para ser ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro.

O vice-líder do PT na Câmara dos Deputados, Afonso Florence, destacou o tempo para apreciação do habeas corpus. “Com três anos de atraso,o STF reconhece o que todos sempre souberam, que a justiça de Curitiba não tinha competência para Lula. A pergunta é: e a suspeição de Moro? E, os crimes cometidos por Morro e Dallagnol ficarão impunes?”.

O petista pontuou que espera um julgamento “justo” e "isento" a ser realizado pela justiça do Distrito Federal, para onde irá o processo de Lula, caso seja mantido em plenário o ato de Fachin.

Outro petista a comemorar muito a decisão de Fachin foi o deputado federal Jorge Solla, que afirmou que ato serviu para derrubar as “condenações forjadas pela República de Curitiba”, em referência aos juízes e promotores que aturam na Lava Jato: “A Justiça tardou, mas chegou. Todos os processos contra Lula foram anulados por atestada perseguição de Moro e da turma da Lava-Jato. Vamos voltar para retomar o Brasil para seu povo, recolocar na rota do desenvolvimento e da inclusão social. Vamos com Lula derrotar o genocida e reconstruir o Brasil”.

O presidente do PT Bahia, Éden Valadares, classifica anulação dos processo como um “reencontro da Justiça Brasileira com isonomia, com a legalidade e uma oportunidade para se afastar do partidarismo político que tanto caracterizou a ação do ex-juiz Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato”. Ele foi outro a afirmar que Lula foi vítima de uma “farsa política e de uma perseguição jurídica”, e ressalta que “garantir um julgamento imparcial e justo a Lula é, insisto, um importante passo para a reabilitação da Democracia no Brasil”.

Críticas

O deputado federal Abílio Santana (PL) fez duras críticas à decisão do ministro do STF que anulou os processos da Lava Jato.

“Pra mim, a decisão monocrática do ministro Fachin configura o sepultamento da Lava Jato no Brasil. Toda a ação em torno do esquema anticorrupção no país é jogada no lixo. O sentimento é de impunidade, as atrocidades que Lula fez com o povo brasileiro não podem e não devem ser esquecidas. Não vou perder a esperança de ver o Brasil sem bandidos na política, outras ações judiciais ainda pesam sobre o petista. Ainda confio na justiça dos homens, mas acredito que a de Deus prevalece acima de tudo. Ele vai pagar”, afirmou.

O ex-prefeito de Salvador e atual presidente nacional do Democratas, ACM Neto utilizou uma rede social para tratar dos efeitos econômicos da decisão do ministro Edson Fachin. “Bolsa despenca. Dólar em alta. Refletem o clima de medo e incerteza que afetam o Brasil. Não desejamos uma nação ainda mais dividida. Mais do que nunca, reforço meu compromisso com o equilíbrio e a minha luta contra qualquer forma de extremismo”.

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