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POLÍTICA

PF prende 6 pessoas em RR na Operação Exodus

Por Agencia Estado

18/08/2006 - 17:59 h

A Polícia Federal de Roraima colocou em prática hoje a Operação Exodus e prendeu empresários e o presidente da Companhia de Água e Esgoto de Roraima, Evandro Moreira, cunhado do governador Ottomar Pinto.

Evando Moreira é considerado uma das pessoas mais importantes do esquema político do governador Ottomar Pinto (PSDB), e candidato à reeleição em outubro. Evandro é irmão da mulher de Ottomar e quem acompanha a política em Roraima acredita que ele tem influência sobre o cunhado, tanto que atribuem a ele a escolha de Neudo Campos que disputou a eleição de 96 pelo grupo de Ottomar que concluía o mandato de primeiro governador eleito do então recém implantado Estado.

O superintendente da Federal no Estado, Cláudio Lima de Souza, disse que houve desvio de pelo menos R$ 190 milhões. Também estão detidos os empresários Alecimar Pereira Bastos (Dema), Walter Vogel, Pedro José de Lima Reis, Jan Roman Wilt e Fernando Ferreira de Oliveira. Eles são acusados de crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, evasão de divisa, formação de quadrilha e ficarão presos inicialmente por cinco dias, com possibilidade de mais cinco.

Foram detectadas, segundo a Polícia Federal, movimentações financeiras provenientes e ou destinadas ao Brasil, em contas correntes e subcontas administradas por instituições bancárias nos Estados Unidos. Algumas destas contas, segundo os delegados que fizeram parte da coordenação de uma equipe de 10 agentes de Roraima e do Amazonas, e subcontas possuíam a indicação de serem de titularidades de empresas off-shore, sediadas em paraísos fiscais, e movimentadas por brasileiros, seus procuradores. Estes homens figuravam como os reais titulares das subcontas, servindo a constituição dessas empresas apenas como dissimulação, acobertando atividades ilícitas.

Atendendo aos pedidos de quebra de sigilo bancário, e franqueado acesso à documentação correspondente, descortinou-se um universo de simulações para fugir à ação dos órgãos fiscalizadores e de controle das reservas monetárias nacionais, ou seja, um verdadeiro sistema financeiro paralelo globalizado. Além das prisões, os policiais cumpriram 15 mandados de busca e apreensão e recolheram computadores, documentos, diversos carros, armas de vários calibres e um avião.

O auditor da Receita Federal, Roney Freire, um dos coordenadores da ação admitiu que as prisões de hoje podem ter ligação com outras realizadas no Estado, a Operação Gafanhoto, em 2003; e a Faraó, que levou mais de 50 pessoas à cadeia.

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