PF vai investigar Eduardo após comparação de professores a traficantes
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro deu a declaração durante ato armamentista

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, usou as redes sociais nesta segunda-feira, 10, para informar sobre a abertura de investigação contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Durante ato armamentista, em Brasília, o parlamentar comparou professores a traficantes de drogas.
No Twitter, Dino afirmou que acionou à Polícia Federal para analisar "os discursos proferidos neste domingo em ato armamentista, realizado em Brasília. Objetivo é identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos", escreveu o ministro.
Determinei à Polícia Federal que faça análise dos discursos proferidos neste domingo em ato armamentista, realizado em Brasília. Objetivo é identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) July 10, 2023
O filho '03' de Bolsonaro também foi alvo de denúncia no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, nesta segunda. De autoria do também deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), a legenda entrou com uma representação contra as falas do parlamentar. A medida também foi anunciada nas redes sociais.
"URGENTE! Vamos entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra Eduardo Bolsonaro. Esse insulto a todos os professores brasileiros não pode ficar impune!", escreveu Boulos.
Na capital federal, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) participou de um evento que reuniu militantes "pró-armas". No momento, o parlamentar subiu ao carro de som e declarou que "não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nosso filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior".
O discurso ainda levou a deputada federal Luciene Calvacante, também do PSOL, acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) com queixa-crime contra Eduardo. A parlamentar também é professora.
"A fala em questão é um convite para que os ouvintes ajam contra os professores, para que os impeçam de lecionar conteúdos que não sejam aceitos pela sua visão de mundo. Importante contextualizar que a fala foi feita em um evento pró armas de fogo em um momento do país com recorrentes ataques violentos às escolas e aos professores", pontuou Luciene no requerimento.