POLÍTICA
PGR pede abertura de inquérito contra deputada bolsonarista por racismo
Por Da Redação

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira 17, a abertura de um inquérito contra a deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) por racismo, com relação a uma postagem compartilhada por ela em rede social.
"À primeira vista, os fatos narrados na manifestação do parquet podem constituir ilícitos penais, devendo-se salientar que, embora de forma ainda embrionária, os autos possuem elementos indiciários aptos a embasar o início das investigações”, disse Lewandowski.
No ano passado, Bia Kicis acusou os ex-ministros da Justiça, Sergio Moro, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, de estarem desempregados e se pintarem de preto para participar do processo seletivo da Magazine Luiza, destinado a profissionais afrodescendentes.
A prática de pintar o rosto de preto para simular uma pessoa negra é chamada de blackface e é considerada uma prática discriminatória.
“Ao fazer alusão à discriminação positiva promovida por uma loja de departamento com programa de trainee exclusivo para candidatos negros, a parlamentar ilustrou a postagem com fotos dos ex-ministros de Estado Sérgio Moro e Luiz Mandetta, por meio do mecanismo de discriminação racial conhecido como blackface”, relatou o vice-procurador-Geral da República, Humberto Jacques Medeiros, no pedido.
Autor do pedido de instauração de inquérito, o professor Roberto Lourenço diz que a bolsonarista praticou, induziu e incitou a discriminação e o preconceito de raça e cor, pois utilizou do recurso blackface.
Em sua defesa, a parlamentar se defendeu e disse que era somente "um meme" para criticar a Magazine Luiza.
“O povo não consegue mais entender um meme. Sabe quem é racista? A Magazine Luiza e quem mais achar que os negros precisam de favor e ter vaga exclusiva para emprego porque não têm capacidade intelectual. Nem falem que é falta de oportunidade porque pobre branco tem as mesmas dificuldades”, escreveu ela no Twitter.
Sobrou até para o Ministério Público do Trabalho (MPT), criticado pela deputada por não acatar pedidos de inquérito por racismo reverso.
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