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PT e PSB têm acordo, mas buscam unidade com PCdoB

Publicado terça-feira, 05 de julho de 2016 às 22:50 h | Autor: Luan Santos
Lídice e Alice_montagem
Lídice e Alice_montagem -

PT e PSB chegaram a um pré-acordo para lançar a candidatura da senadora Lídice da Mata à prefeitura de Salvador nas eleições deste ano. O pré-acordo saiu após reunião entre  dirigentes da legenda na segunda-feira, 4, e prevê que a chapa seria encabeçada por Lídice, com um  petista como vice, segundo o secretário-geral do PSB-Bahia, Domingos Leonelli.

No  entanto, os partidos não fecharam a questão e ainda esperam chegar à unidade com o PCdoB, que já lançou a pré-candidatura da deputada federal Alice Portugal. Uma nova  reunião entre PT e PSB vai ocorrer na próxima quinta-feira e a decisão, seja a unidade ou a  divisão de duas chapas, deve ser anunciada na sexta-feira, conforme o presidente estadual  do PT, Everaldo Anunciação.

"Seguimos defendendo a tese da unidade, que está sendo  debatida, construída. As negociações não acabaram", diz Anunciação. O lançamento de  uma chapa PSB-PT é uma possibilidade, mas não a única, segundo o líder petista no estado.

"Vamos continuar  batendo na tecla da unidade e esperamos tomar a decisão até o final da semana", afirma  ele, negando que já haja decisão pela candidatura de Lídice com apoio do PT, apesar de  fontes petistas já darem como certa a formação desta chapa.

Leonelli, por sua vez, disse  que as conversas estão avançando no sentido da chapa PSB-PT, mas que faltam diversos pontos,  como a composição da chapa proporcional. Segundo Leonelli, o PTN também já manifestou interesse em compor a chapa, caso se concretize.

"Ela (Lídice) ainda não aceitou definitivamente. A coligação proporcional é algo que precisamos pensar muito. Não é interessante para o PSB aceitar a coligação proporcional", frisou o ex-deputado federal e ex-secretário estadual do Turismo no governo Jaques Wagner (PT). De acordo com ele, o PSB quer eleger pelo menos três vereadores, objetivo que seria dificultado por uma coligação proporcional com o PT.

A coligação proporcional é justamente o principal entrave para a unidade entre os partidos. Segundo fontes ouvidas por A TARDE,  a proporcional, condição imposta pelo PT, não é aceita pelo PCdoB, por  também ameaçar o objetivo do partido de eleger  vereadores.

Em relação à unidade, Leonelli não vê problemas no fato de o PSB apoiar uma possível candidatura de Alice, apesar de afirmar que o nome de Lídice é mais forte para a disputa.

Participação

Fontes dos partidos aliados questionaram a falta de participação do governador Rui Costa (PT) no processo de definição da posição do partido dele na corrida pela sucessão municipal. "Ele defendeu desde o início a pulverização de candidaturas, tem que participar mais das consequências destas ações", disse uma fonte, que preferiu o anonimato.

Nos últimos dias, Rui tem evitado falar publicamente sobre o tema, chegando a dizer que "prefere concentrar as energias para melhorar a saúde dos baianos".

Fontes petistas dizem que Rui não ficou satisfeito com a decisão do PCdoB de lançar a pré-candidatura de Alice, quando a preferência do governador era pela secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Olívia Santana. Isso teria levado Rui a se afastar do processo de definição sobre a posição do partido nas eleições.

Para Leonelli, a participação do governador é inevitável. "Lídice sempre defendeu a estratégia da unidade, mas foi vencida pela pulverização. Estamos aguardando a posição do governador", afirmou o socialista.

Além da possibilidade de ter como candidatas à prefeitura Lídice e Alice, a base governista ainda conta com a pré-candidatura do deputado estadual Pastor Sargento Isidório (PDT).

Com o afastamento do governador, o ex-ministro Jaques Wagner tem se posicionado em relação à sucessão municipal. No Desfile Cívico do 2 de Julho, o ex-governador da Bahia afirmou não ver problemas na pulverização de candidaturas para enfrentar o prefeito ACM Neto, que deve buscar a reeleição.

Fontes do PT dizem que há preocupação de Wagner com uma vitória de Neto no primeiro turno com grande margem de votos. Isso poderia atrapalhar projetos dele para 2018, quando pretende buscar uma vaga no Senado.

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