AFIRMA SSP
Zambelli tem arma apreendida e é liberada por não violar lei eleitoral
Emenda constitucional determina que parlamentares só podem ser presos em flagrante por crimes não afiançáveis
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) teve a arma apreendida no sábado, 29, após o caso que aconteceu pelas ruas do Jardins, em São Paulo. Ela foi liberada em seguida por não ter infringido a lei eleitoral, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Em nota, a SSP afirmou que a perseguição ocorreu a mais de 100 metros de uma seção eleitoral e, portanto, não pode ser enquadrada como descumprimento da resolução eleitoral aprovada em dezembro do ano passado que proíbe o transporte de armas nas 48h que antecedem e posteriores ao dia de votação em endereços próximos de colégios eleitorais.
A emenda constitucional determina que parlamentares só podem ser presos em flagrante por crimes não afiançáveis. No caso de Zambelli, a imunidade prisional inerente ao cargo permite que a prisão seja julgada pelo plenário da Câmara dos Deputados.
Na madrugada deste domingo, 30, o segurança da parlamentar foi preso em flagrante pela Polícia Civil de São Paulo, por disparo de arma de fogo. Ele foi identificado apenas como policial militar de folga e teve a prisão decretada, mas foi liberado após pagar fiança.
A deputada prestou depoimento na delegacia e afirmou que ainda estava de posse da arma e iria levá-la ao votar, neste domingo. Ela também disse que usaria um colete à prova de balas na sua seção eleitoral.
Caso
A deputada Zambelli foi flagrada com uma pistola na mão no meio da rua no sábado, na Avenida Paulista, em São Paulo. Ela partiu para cima de pessoas que estavam no local e correram para dentro de um estabelecimento comercial.
Membros do Diretório Municipal de São Paulo do PDT estavam no local e registraram a cena. Em entrevista à Revista Fórum, os pedetistas disseram que a parlamentar teria realizado um disparo, que chamou a atenção dos membros do PDT paulistano, quando começaram a filmar a ação.
No vídeo, a deputada, acompanhada de dois outros homens, atravessa a rua já com de arma em punho, apontando para um grupo de pessoas que está na porta de um bar. Zambelli, então, entra no estabelecimento apontando a arma gritando para as pessoas no bar se deitarem no chão.
Em um vídeo publicado em seu instagram, a deputada aparece em um vídeo no qual relata a sua versão dos fatos para policiais. Ela diz que foi agredida por militantes do PT, que a teriam empurrado fazendo com que ela caísse no chão. A parlamentar mostra ainda uma ferida em um dos joelhos e diz que foi motivada pela queda.
Zambelli diz também que na sexta-feira, 28, o número do celular pessoal dela teria sido divulgado e recebido centenas de ligações e mensagens, com algumas contendo ameaças de morte.
No entanto, o homem que foi ameaçado pela deputada disse que a intenção da parlamentar e de seus acompanhantes era matá-lo ou prendê-lo. Em entrevista ao UOL, o jornalista Luan Araújo disse que a confusão começou após troca de ofensas com Zambelli.
O jornalista disse que quando a confusão se intensificou, ele disse para a deputada “te amo, espanhola”. Foi nesse momento que ele saiu correndo e a parlamentar e outro homem sacaram armas e o perseguiram.
A frase dita pelo homem perseguido é em referência a uma situação vivenciada por Zambelli com desafetos no Congresso. Em 2019, a deputada federal Joice Hasselmann afirmou na CPMI das Fake News que o presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe perguntou se Carla Zambelli teria trabalhado como prostituta quando morou na Espanha.
"Quem me perguntou na sala do presidente depois de eleito se você tinha sido prostituta na Espanha foi o presidente", disse Hasselmann na ocasião. Em 2021, na CPI da Covid, o senador Omar Aziz usou a música de Flávio Venturini para rebater ofensas que recebeu de Zambelli.
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