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Agricultores familiares fortalecem a cadeia da mandiocultura

Programa Consolidação da Agroindústria Familiar do Brinco gerou R$ 247 mil em vendas de mandioca e inhame na região

Publicado quinta-feira, 21 de julho de 2022 às 19:43 h | Autor: Da Redação
Cultivo de mandioca vem de berço e tem passado de geração em geração entre os agricultores familiares
Cultivo de mandioca vem de berço e tem passado de geração em geração entre os agricultores familiares -

A mandioca, alimento presente na mesa de diversos baianos, tem se tornado uma importante fonte de renda para agricultores familiares do município de Maragogipe, na Bahia, por meio do Programa “Consolidação da Agroindústria Familiar do Brinco”. Somente em 2021, o programa gerou uma renda estimada de R$ 247 mil com as vendas dos produtos para restaurantes e supermercados das cidades de Feira de Santana e Salvador.

 Criada em 2019, a iniciativa é apoiada pela Votorantim Cimentos e desenvolvida por meio do Programa ReDes (Redes para o Desenvolvimento Sustentável), em parceria com o Instituto Votorantim, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES)  e do Instituto Meio,  parceiro técnico, com o intuito de promover o beneficiamento da mandioca e do inhame, visando agregar valor a esses produtos por meio do melhoramento do fluxo de produção.

 A mandiocultura é uma das principais atividades agrícolas do estado.  Segundo dados do IBGE, a Bahia é o terceiro maior produtor de mandioca do Brasil, responsável por cerca de 8,6% da produção nacional. Com o cenário estadual favorável, a expectativa é aumentar a produtividade da associação, fortalecendo a gestão da agroindústria e aumentando a variedade de clientes e o faturamento.

Ao todo, o programa conta com 55 beneficiados que fazem parte da Associação Comunitária do Brinco, uma das mais antigas do município de Maragogipe, com 20 anos de história. Para desenvolver as atividades na agroindústria, os agricultores recebem assistência técnica e capacitações com o intuito de orientá-los sobre a produção, gestão e comercialização dos produtos.

 Na região, o trabalho no cultivo de mandioca vem de berço e tem passado de geração em geração entre os agricultores familiares. Quem tem se destacado nessa atividade é a chefe de produção, Elizete Souza, de 36 anos. Elizete e seu marido entraram na associação em 2001 e hoje, a filha do casal, de 17 anos, também faz parte do programa. Segundo ela, a agroindústria veio para somar com a renda e a história das famílias locais. “São 20 anos de associação e, com a agroindústria, a nossa comunidade foi valorizada, pois trouxe novas oportunidades para mim e para diversas famílias que puderam melhorar a renda familiar. Também fizemos cursos e capacitação. Ganhamos não só em valores, mas em conhecimentos”, diz Elizete. 

 Além da geração de renda, o programa tem empoderado as mulheres da comunidade, que antes se dedicavam apenas a atividades da roça. Atualmente, o setor de produção da agroindústria é liderado apenas por mulheres, responsáveis pelo processamento dos produtos, que são comercializados e embalados a vácuo. “As mulheres daqui da comunidade eram mais acostumadas a lidar com a lavoura na roça, no sol e na chuva. Com a agroindústria, acabou melhorando a qualidade de vida delas e também trouxe uma nova perspectiva de carreira”, afirma Elizete.

 Para Dejair Lima, gerente da Usina Hidrelétrica de Pedra do Cavalo, da Votorantim Cimentos, a empresa tem auxiliado no desenvolvimento das regiões onde atua por meio de iniciativas que valorizem os saberes e os recursos de cada localidade. “Estamos comprometidos em gerar valor compartilhado e melhorar a vida das pessoas, e a consolidação da Agroindústria Familiar do Brinco, em pouco mais de 2 anos, já está cultivando o seu legado para a comunidade. O programa tem fortalecido a cadeia da mandiocultura a se tornar uma fonte de oportunidades para diversas famílias rurais que não encontravam espaço de crescimento na região. Hoje, o principal destaque são as mulheres que vêm liderando na produção. É uma mudança emancipadora”, disse. 

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