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ECONOMIA

Bahia tem previstos empreendimentos no valor de R$ 33 bilhões

Governo do Estado assinou com a inciativa privada 93 protocolos de intenções de investimentos

Por Cláudia Lessa

25/08/2022 - 5:45 h

No ritmo de “locomotiva do desenvolvimento”, a iniciativa privada finca seus trilhos na Bahia em setores como indústria, energia renovável, comércio, turismo, agronegócio e saúde. A movimentação econômica para implantação, ampliação ou modernização de empreendimentos, rendeu a assinatura, este ano, de 93 protocolos de intenções com o governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), em 42 municípios. Esses acordos formalizados representam investimento privado da ordem de R$ 33 bilhões, com geração de 5.967 empregos diretos e 6.421 indiretos.

Os investimentos do setor privado na Bahia, em 2022, contemplam Salvador, Pojuca, Luís Eduardo Magalhães, Barreira, Jaguarari, Caetité, Lauro de Freitas, Vitória da Conquista, São Sebastião do Passé, Santo Antônio de Jesus, Itabuna, Feira de Santana, Camaçari, Vitória da Conquista, Candeias, Conceição do Jacuípe, Ilhéus, Entre Rios, Simões Filho, Elida, Urandi, Ipupiara, Brotas, Brotas de Macaúba, Ourolândia, Morro do Chapéu, Umburanas, Itagimirim, Gentio de Ouro, Itapicuru, Alagoinhas, Conceição de Feira, Ipirá, Ibirapitanga, Medeiros Neto, Poções, Teixeira de Freitas, Xique-Xique, Bom Jesus da Lapa, Barreiras, São Gabriel, Barra do Mendes e Pojuca.

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, José Nunes, afirma que a Bahia está vivendo um próspero momento econômico com os diversos projetos de infraestrutura em implantação, como Fiol, Porto-Sul e Ponte Salvador-Itaparica, em parceria com a iniciativa privada.

“São inúmeros projetos ligados às energias eólica e solar; à nova economia do hidrogênio verde; à revitalização da produção de petróleo e gás; às novas indústrias químicas; e ao setor de mineração. Juntos, esses setores, que já representam muito para a economia baiana, deverão crescer bastante nos próximos anos”, ressalta o secretário.

Além disso, completa o gestor, “a agroindustrialização do Oeste está se tornando uma realidade, com grandes projetos de produção de etanol de milho e de cana de açúcar e produção de ração animal”. Nesse ritmo, ainda de acordo com José Nunes, “a economia da Bahia continuará crescendo e se tornando, cada vez mais, sustentável, com a participação crescente das fontes renováveis de energia e matéria-prima em toda a sua cadeia produtiva industrial, o que, certamente, se refletirá na condição de vida e saúde da população”.

Na região oeste

No oeste, a assinatura de protocolos de intenções para a implantação de projeto de industrialização vai gerar um investimento de R$ 1,5 bilhão, com a participação da empresa Impacto Bionergia (Ibea). “Vamos iniciar a engenharia de detalhamento desses projetos e o processo de licenciamento ambiental nos próximos meses”, informou o presidente da Ibea, Manoel Carnaúba. O objetivo é construir um complexo industrial na região, incentivado pelos programas Desenvolve e Proálcool, dentro dos segmentos de eletricidade e gás, derivados de petróleo e biocombustíveis.

Conforme dados da SDE, os principais protocolos de intenções assinados, em 2022, foram nos segmentos do comércio e serviços; máquinas e equipamentos; eletricidade e gás; informática/eletroeletrônico; calçados; couro e componentes; mineração; alimentícios; químico e petroquímico; plásticos e borrachas; moveleiro; metal/mecânico; têxtil; derivados do petróleo; e de biocombustíveis, que se somam um investimento de R$ 29,5 bilhões e geração de 4.708 empregos diretos e 4.904 indiretos.

Somente no segmento de eletricidade e gás, atualmente, a SDE computa 113 empreendimentos em fase de implantação, ampliação, modernização e/ou relocalização. Conforme protocolo de intenções assinado, a previsão de investimento é do aporte de R$ 79,8 bilhões e previsão de geração de 1.410 empregos diretos, após a implantação. Já no setor do comércio e de serviços, existem 19 empreendimentos em fase de implantação, ampliação, modernização e/ou relocalização. Conforme protocolo de intenções assinado a previsão de investimento é do aporte de R$ 1,1 bilhão e previsão de geração de 7.670 empregos diretos, após a conclusão da obra.

Constam, ainda, outros 340 empreendimentos em fase de implantação, ampliação, modernização e ou relocalização de outros 21 segmentos. Conforme protocolo de intenções assinado, a previsão de investimento é do aporte de R$ 24,4 bilhões e previsão de geração de 34.502 empregos diretos, após a conclusão. A SDE ressalta que os empreendimentos possuem previsões de conclusão em tempos distintos, com prazos de inauguração que podem ocorrer nos próximos meses deste ano, bem como em 2033.

Dos que foram implantados ou finalizaram sua ampliação este ano, a SDE contabiliza, até o momento, 18 empreendimentos. Estes contaram com investimentos de, aproximadamente, R$ 1,3 bilhões e geração de 3.700 empregos, beneficiando 13 municípios, sendo um na Região Metropolitana de Salvador e o restante no interior do Estado. A maior parte dos empregos foram gerados pelas indústrias calçadistas: 2.800. O maior investimento coube ao setor de Energia, que foi em torno de R$ 1 bilhão.

Produção baiana de hidrogênio verde é destaque

Em meio a grandes investimentos planejados na Bahia, em diversos segmentos, um vem se despontando com um futuro promissor: o de produção de hidrogênio verde. Estudos apontam que o país pode ter R$ 100 bilhões em investimentos até 2040 para abastecer a indústria de transporte de carga por caminhões, a siderurgia e outros usos energéticos industriais, além da exportação. Empresa com mais de 60 anos de mercado e operação em solo baiano, a Unigel tem parceria programada com a Casa dos Ventos para investimentos acima de R$ 1 bilhão para gerar energia eólica.

O diretor executivo da Unigel, Luiz Felipe Fustaino, afirma que “a Bahia é um estado estratégico para o desenvolvimento econômico do Brasil”. Em 2022, ressalta, a empresa anunciou dois empreendimentos importantes dentro do Polo Industrial de Camaçari. Um deles é o investimento de R$ 500 milhões para a construção de uma nova fábrica de ácido sulfúrico, com previsão de inauguração para o primeiro semestre de 2023 e capacidade de produção de 450 mil toneladas por ano, além de produzir 50 mil toneladas anuais de oleum (composto usado na indústria química) e gerar energia na forma de vapor.

O segundo investimento, de US$ 120 milhões (R$ 620 milhões com o câmbio de hoje a 5,17), será na construção da primeira fábrica de hidrogênio verde e amônia verde do Brasil. “No momento em que entrar em operação, cuja previsão é fim de 2023, será a maior do mundo. Terá a capacidade de produção de 10 mil toneladas/ano de hidrogênio verde e de 60 mil toneladas/ano de amônia verde. Na segunda fase do projeto, prevista para entrar em operação até 2025, a Unigel deve quadruplicar a produção de hidrogênio e amônia verdes”, detalha.

Ainda segundo Luiz Felipe, todos estes investimentos têm impacto positivo sobre a agenda de descarbonização das operações da empresa e, também, de diversas indústrias que terão acesso a produtos de baixo carbono ou carbono zero. “Além disso, estimulam ainda mais a economia local, uma vez que têm previsão de gerar pelo menos 500 empregos diretos e indiretos”, contabiliza. Os principais municípios que o grupo tem atuação são Camaçari, onde está o Polo Industrial, e Candeias, onde a companhia também mantém um trabalho há mais de 18 anos como mantenedora do Centro Educacional Gisella Tygel, em parceria de sucesso com o poder municipal.

A Bahia segue como líder nacional na geração de energia eólica, com 34,5% da produção nacional. Para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE) o fato se deve ao perfil dos empreendimentos aqui instalados, que se destacam pelo “potencial de crescimento rápido; efeito multiplicador significativo sobre o emprego e a renda; e impacto inovador por utilizar e/ou difundir novas tecnologias”.

São 231 usinas de energia eólica em operação em 23 municípios baianos: Bonito, Brotas de Macaúbas, Brumado, Caetité, Cafarnaum, Campo Formoso, Casa Nova, Gentio do Ouro, Guanambi, Igaporã, Iraquara, Licínio de Almeida, Morro do Chapéu, Mulungu do Morro, Ourolândia, Pindaí, Riacho de Santana, Sento Sé, Sobradinho, Souto Soares, Umburanas, Várzea Nova e Xique-Xique. Além disso, são 80 em construção e 106 planejadas. O investimento em usinas em construção ou projetadas, conforme dados da SDE, é de cerca de R$ 25 bilhões. O setor responde por 90 mil postos de trabalho, diretos e indiretos, e deve criar, nos próximos anos, mais de 95 mil empregos.

O estado também continua líder na geração de energia solar, com quase 30,2% da oferta brasileira. São 41 usinas em operação, em 8 municípios: Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Casa Nova, Guanambi, Itaguaçu da Bahia, Juazeiro, Oliveira dos Brejinhos e Tabocas do Brejo Velho. Outras 22 estão em construção e mais 158 devem ser implantadas futuramente, de acordo com a SDE. Os parques de energia solar em construção e projetados somam investimentos da ordem de R$ 34 bilhões. O segmento responde por 40 mil empregos; deve criar, direta ou indiretamente, mais de 210 mil nos próximos anos. A empresa Enel Green Power Ituverava Norte Solar, por exemplo, já tem o maior parque de energia solar da Bahia em Tabocas do Brejo Velho, no oeste, onde produz 500 GWh e promete investir R$ 80 milhões para modernizar a sua estrutura.

Novas frentes

A Bahia já conta com empresas produtoras de álcool de cana-de-açúcar e biodiesel. Ainda no campo das energias renováveis, três novas frentes se abrem. São elas: no oeste baiano, se registra a produção de álcool a partir do milho; no Polo Industrial de Camaçari, a produção de hidrogênio e amônia verdes; entre os municípios de Luís Eduardo Magalhães e Correntina, as empresas Impacto Energia S/A e Impacto Bioenergia anunciaram a implantação da primeira biorrefinaria à base de milho da Bahia.

A planta terá capacidade para processar 1,7 mil toneladas de milho por dia e produzir 260 milhões de litros de etanol anidro por ano. Além disso, de acordo com a empresa, vai recuperar nove mil toneladas de óleo de milho e 185 mil toneladas de resíduos destinados à preparação de ração animal. Para a SDE, este segmento tem potencial para revolucionar o agronegócio não só na Bahia, mas no conjunto do Matopiba (região formada por áreas majoritariamente de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Investimentos  em energia renovável estão entre os anunciados
Investimentos em energia renovável estão entre os anunciados | Foto: João Ramos | SDE

A Proquigel, subsidiária do grupo Unigel, por sua vez, anunciou um investimento de R$ 1,4 bilhão para a implantação de uma fábrica capaz de produzir, na sua segunda fase de operação, até 40 mil toneladas/ano de hidrogênio e 240 mil toneladas/ano de amônia (matéria-prima para a produção de fertilizantes, material de limpeza, plásticos e vários outros produtos). De acordo com a empresa, serão criados cerca de mil empregos. Visando tornar “verde” a produção desta planta, “o grupo investirá, em parceria com a empresa Casa dos Ventos, mais de R$ 1 bilhão em parques eólicos capazes de produzir a energia renovável necessária”.

Estado tem um cenário promissor para as empresas do setor industrial

O panorama industrial baiano é promissor para os próximos anos. A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) considera que o setor está preparado para um novo ciclo de crescimento na Bahia. No entanto, para que esse potencial seja consolidado, o assessor de Desenvolvimento Industrial da Fieb, Carlos Danilo Peres, acredita que é preciso trilhar o caminho do estímulo à produção.

“Na Agenda do Setor Produtivo Baiano 2023-2026, entregue aos principais candidatos ao governo do Estado, destacamos que a Bahia precisa construir, nos próximos anos, uma política industrial e de incentivo aos investimentos produtivos, atuando firme e rapidamente sobre suas conhecidas fraquezas competitivas nos campos da infraestrutura, educação, ambiente de negócios e desburocratização”, pontua o representante da Fieb.

Encarregada pelo controle da Refinaria de Mataripe, no município de São Francisco do Conde, a Acelen é uma das empresas que se destacam no segmento da indústria, sendo hoje a maior exportadora da Bahia. No primeiro semestre de 2022, exportou quase U$ 1,87 bilhões, ou seja, 28% do total das exportações e a refinaria – responsável por cerca de 30% da produção industrial baiana e que responde por cerca de 20% da arrecadação de ICMS no Estado – mais que dobrou o volume exportado de derivados de petróleo.

Este ano, a Acelen vai investir R$ 1,1 bilhão em modernização, expansão e melhorias da sua planta, a partir de uma rede de parcerias para fomentar o desenvolvimento sustentável na região, com empresas do Polo Industrial de Camaçari, como Aptar, Box Print, Vitro e Tritec. “Chegamos na Bahia para colaborar diretamente com o crescimento econômico e social do estado e, para isso, precisamos formar uma mão de obra capacitada para o refino de petróleo, que requer uma atuação técnica especializada”, disse o CEO Luiz de Mendonça, na ocasião da assinatura dos contratos de parceria com o Senai Bahia e Senai Cimatec, em julho último.

Polo de Beleza

Também voltado ao setor industrial, o Grupo Boticário investe no Polo da Beleza em um dos polos industriais mais relevantes do Brasil: o de Camaçari. Com a fábrica e outras quatro plantas de empresas parceiras instaladas no município, a transformação será movida por um investimento de mais de R$ 600 milhões e geração de pelo menos mil novas vagas de emprego, com um aumento em 65% da sua capacidade produtiva, conforme a direção da empresa.

“Para nós, investir na região alia estratégia de negócio a impacto socioeconômico, garantindo que estamos deixando um legado positivo. A chegada das fábricas dos parceiros facilita toda a operação e traz ainda mais oportunidades para comunidades que nos acolhem há sete anos”, afirma Sérgio Sampaio, vice-presidente de Operações do Grupo Boticário.

Para o setor do comércio na Bahia, as expectativas de crescimento estão interligadas às incertezas decorrentes de um ano eleitoral; da inflação; e das altas taxas de juros.

O presidente da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), Kelsor Fernandes, avalia que a tendência para o segund semestre é de um “ritmo fraco” de consumo. “As famílias estão no seu nível recorde de contas em atraso, os juros continuam subindo e a inflação superando os 10%”.

A resultante dessas variáveis, completa o representante da Fecomércio, é a limitação de consumo. “Por mais que esteja havendo uma retomada importante no mercado de trabalho, é preciso organizar as finanças domésticas, para depois pensar em uma expansão de consumo mais sólida de longo prazo. Enquanto os juros estiverem próximos a 14%, a situação é difícil sobretudo para setores que dependem de compra através de financiamento”.

Apesar das adversidades, o presidente da entidade avalia que comércio varejista da Bahia conseguiu se sair relativamente bem em meio à crise econômica mundial. “E volta, em 2021, com o mesmo faturamento do período pré-pandemia, com R$ 120 bilhões”, ressalta.

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