SAIBA COMO AJUDAR
Campanha arrecada doações para animais afetados pela chuva na BA
Equipe de voluntários precisa de ajuda, principalmente alimentos e dinheiro
Por Matheus Calmon
Entre as mais de 220 mil pessoas afetadas, mais de 20 mil desalojadas, e 12 mortes causadas pelas chuvas que devastaram o sul e o extremo sul da Bahia, está um grande número de animais que também enfrentam dificuldades, doenças e fome.
Vários deles já apresentam problemas de pele por causa da água contaminada, que se juntam ainda a vômito e diarréia. Para auxiliar no socorro aos animais, uma equipe de veterinários voluntários vindos de várias partes do Brasil trabalha no resgate e primeiros socorros aos bichos.
Entre a equipe há profissionais de Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Santa Catarina e outros estados. Eles atuam em parceria com o GRAD Brasil (Grupo de Resgate de Animais em Desastres), que já atuou em outras tragédias do país, como os rompimentos de barragens de rejeitos em Mariana e Brumadinho, ambos em Minas Gerais, e os deslizamentos de enconstas em Santa Maria, em Minas Gerais, e em Presidente Getúlio, em Santa Catarina.
Para dar continuidade ao trabalho, a equipe precisa de ajuda, principalmente alimentos e dinheiro.
"Os animais estão há uma semana sem comer porque já tem uma semana que esse evento está ocorrendo e todas as rações que tinha nas cidades ao redor a gente já comprou. A situação está muito, muito feia. A gente está passando muita dificuldade de ter acesso a ração para eles e nós não estamos tendo quase doação nenhuma. Para você ter ideia, a gente comprou ração agora e só vai chegar lá semana que vem", contou ao Portal A TARDE a presidente do GRAD, Ilka Gonçalves.
Ela relatou que, até o momento, apenas R$ 9 mil foram arrecadados. "A gente pagou as coleiras de leishmaniose. Nosso trabalho é baseado no conceito saúde única: cuidamos do animal pensando na saúde dele, no controle de zoonoses para a população e na saúde ambiental.
A gente vacina os cães pensando no controle da leptospirose. Já identificamos um bairro com surto de cinomose, que é doença infecciosa que passa de cão para cão. A vacina que a gente dá também protege contra isso. Quando tem inundação, depois é comum ter muito mosquito na cidade. Lá, eles já identificaram animais com leishmaniose".
Além de cães e gatos, o trabalho é realizado com todas as espécies de animais que precisarem de socorro.
"Ontem fizeram um resgate de galinhas que estavam ilhadas em um bairro. Já resgataram vaca, porco... então, a gente precisa de ração para cão, gato, galinha, porco, aves... Havia passarinho em gaiola que quase morreu afogado.
O principal que a gente precisa é doação para pagar as contas mas também de comida, pois os animais estão passando fome", alerta Ilka.
O trabalho com os animais reflete nos humanos, que temem perder seus pets após as perdas em sequência causadas pela tragédia.
"Normalmente quando a gente chega nos locais, as pessoas já estão muito afetadas por já terem perdido casa, parente, foto, lembrança... E os animais, normalmente, já apresentam problemas de saúde. As pessoas começam a se desesperar por pensarem que, além de perderem tudo, vão perder o bicho também. A gente percebe que dá esperança e conforto à população vítima dos desastres".
Como doar:
Para participar da corrente de apoio aos animais, há algumas alternativas. É possível levar pessoalmente os mantimentos aos postos de coleta em Salvador, que ficam no Shopping Paralela e na Felina Clínica para Gatos, no Rio Vermelho.
Em Porto Seguro a Clínica Melhor Amigo também está recebendo os suprimentos. Uma força-tarefa cuida da entrega das doações aos locais onde a equipe atua. Há ainda a possibilidade de doação através do PIX 04.085.146/0001-38. Para conhecer o trabalho do GRAD, é possível acessar o Instagram ou o site da organização.
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