CRIME
Dirigente denuncia assédio sexual em sindicato de Feira de Santana
Nome do acusado do crime, bem como de outro dirigente já estão com a polícia
Por Da Redação
Casos de assédio, inclusive sexual, bem como ameaça de morte por parte de um dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Feira de Santana, foram alvos de denúncia, nesta quarta feira, 26, na Câmara Municipal.
Um grupo de trabalhadoras e trabalhadores compareceu à sessão legislativa, sendo representado na Tribuna Livre por Zuleide Soares de Santana. Integrante da diretoria do órgão sindical, ela fez um apelo por providências, das autoridades responsáveis. Zuleide relatou que, em razão do problema, há várias mulheres “com crise de ansiedade e medo de sair sozinhas nas ruas”.
O nome do acusado das práticas criminosas, bem como de um outro dirigente, de hierarquia superior, conivente com os fatos, já são de conhecimento da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher nesta cidade.
Funcionária de uma empresa fabricante de eletrodomésticos, Zuleide esteve acompanhada, na Tribuna da Casa da Cidadania, por uma das vítimas do sindicalista. “Ele se masturbou na frente dela. E por achar ser um ato normal, o abusador confirmou o que fez diante de outas mulheres e também do seu superior”.
Zuleide lamentou que tais acontecimentos estejam sendo registrados dentro do movimento sindical, onde os dirigentes deveriam lutar para garantir os direitos das mulheres trabalhadoras.
Para Zuleide, as mulheres estão vivendo o “tempo de empoderamento feminino, só de boca, porque, infelizmente, os nossos direitos ainda precisam sair do papel”.
Disse ainda que, dentro do Sindicato dos Metalúrgicos de Feira e Região, tem casos que vão além do assédio, como a proibição da entrada, na sede da entidade, de mulheres vítimas de assédio, e interferência junto a empresas para impedir que recebam seus salários. “Até a polícia na porta do sindicato colocaram. E as meninas estão sem receber salário, porque o sujeito que as assedia solicitou paras as empresas bloquearem o pagamento delas. A gente não aguenta mais”, desabafou.
Após contato com alguns órgãos, sem conseguir serem ouvidas, as metalúrgicas resolveram tornar pública a situação, por meio do Poder Legislativo: “O que estamos solicitando é que a Câmara se atente para esta questão, pois a cada 10 minutos mais de 100 mulheres são assediadas. E em uma hora, passa de uma centena o número de meninas vítimas de estupro no Brasil”. Segundo a sindicalista, este cenário pode piorar, se houver aprovação do Projeto de Lei 1904, em nível federal, “proposta irá penalizar mais, a mulher estuprada que fizer o aborto, do que o abusador que cometer o crime”.
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