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FEIRA DE SANTANA

Operação resgata gesseiros em situação de trabalho escravo

Galpão onde trabalhadores estavam não tinha energia elétrica nem instalações sanitárias

Por Da Redação

23/08/2022 - 13:59 h
Homens foram contratados para serviços de gesseiro em obras diversas e que, apesar de terem tido as carteiras de trabalho solicitadas para formalização dos contratos, não recebiam salário com regularidade
Homens foram contratados para serviços de gesseiro em obras diversas e que, apesar de terem tido as carteiras de trabalho solicitadas para formalização dos contratos, não recebiam salário com regularidade -

Falta de pagamento, alojamento precário, alimentação insuficiente, péssimas condições de higiene e conforto. Assim estavam trabalhadores resgatados por agentes públicos que investigavam denúncia de trabalho escravo em um alojamento para gesseiros, em Feira de Santana, centro-norte da Bahia.

O local onde os dois homens estavam vivendo, nos fundos de uma oficina de tratores, era um galpão sem energia elétrica nem instalações sanitárias, onde o empregador armazenava materiais de construção e entulhos. O resgate foi feito na última quinta-feira, 18, porém o caso permaneceu em sigilo até esta segunda-feira, 22, quando um representante do empregador foi ouvido e iniciou as negociações para pagar a rescisão.

O resgate foi efetuado por auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Previdência que fizeram a inspeção acompanhados de duas procuradoras do trabalho e um perito do Ministério Público do Trabalho (MPT). Os trabalhadores foram atendidos pela assistência social do município e vão receber nos próximos dias a primeira das três parcelas do seguro-desemprego especial para vítimas do trabalho escravo.

Caso o empregador não cumpra com as obrigações trabalhistas perante a Gerência Regional do Trabalho, o MPT estuda a adoção de medidas judiciais para garantir o pagamento das verbas trabalhistas e rescisórias, além de valores de indenização.

Em depoimentos prestados, os dois homens contaram que foram contratados para fazer serviços de gesseiro em obras diversas e que, apesar de terem tido as carteiras de trabalho solicitadas para formalização dos contratos, não recebiam salário com regularidade.

“Quando tinha serviço, ele dava R$50 por dia, quando não tinha a gente não recebia nada”, afirmou um deles. Enquanto aguardavam novas obras, os dois permaneciam alojados em um galpão onde o empregador armazenava placas de gesso acartonado, tábuas, arames e vergalhões, dentre outros materiais de construção e entulho.

Os relatos revelaram que os dois não tinham acesso a sanitários no local e que tinham "enterrar" as necessidades que faziam. Para tomar banho, usavam água armazenada em um tonel, utilizado anteriormente para guardar gesso. De lá também tiravam a água para beber e preparar alimentos. A alimentação não era fornecida pelo empregador. O que eles comiam era armazenado em caixas de papelão e preparado em fogueiras que eles improvisavam com a madeira do depósito. Para carregar os celulares, eles improvisaram uma ligação clandestina da oficina ao lado do depósito, com graves riscos de choque elétrico e incêndio.

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Tags:

feira de santana galpão MPT resgate trabalho escravo

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