CENTRO NORTE BAIANO
Serviços de ATER identificam as potencialidades da Agricultura Familiar
Por Claudia Lessa

A comunidade rural de Cercadinho, no município de Santa Terezinha, é uma das localidades baianas que estão sendo atendidas pela Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (BAHIATER), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) que atende a mais de 140 mil famílias de comunidades rurais em todo o Estado, segundo dados oficiais. Através de chamada pública, a Cooperativa de Assessoria Técnica e Educacional para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar (COOTRAF) foi selecionada para atender os agricultores rurais de Cercadinho por meio dos técnicos em Agropecuária e/ou engenheiros agrônomos que prestam serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER).
O agricultor familiar Roberto Guedes, de Cercadinho, conta que, depois do acompanhamento de ATER, o desempenho da Agricultura Familiar na comunidade ganhou qualidade: “Antes só plantávamos mandioca, agora estamos plantando também aipim, hortifruti, mangalô e feijão. Os técnicos ensinam, passam os conhecimentos e as coisas melhoraram muito”. Na sua propriedade não usa agrotóxicos e, com as orientações técnicas, ele revela que passou a utilizar produtos naturais para combater as doenças e pragas, além de ter melhorado o manejo com os porcos e com a produção de medicamentos alternativos. “A expectativa é a de que vamos ter um bom respaldo financeiro. Antigamente, só entrava o dinheiro da venda da farinha, hoje em dia temos também as hortaliças, que nos possibilita comprar pão, leite e açúcar”, completou o agricultor.
O técnico em Agropecuária da COOTRAF, Sidinei Sobral, afirma que Roberto Guedes será um dos agricultores experimentadores. Toda a prática de ATER, explica, visa provocar um diferencial experimental em comunidades atendidas e uma delas é a de Roberto, que possui uma estrutura adequada na horta e o diferencial de ter água permanente para a irrigação, mesmo em períodos de estiagem. “No período de seca, eles vão aumentar a produtividade e, consequentemente, o lucro. A indicação é que possam ir substituindo parte da área destinada ao plantio de mandioca, que é o carro chefe deles, pelas hortaliças”.
Sidinei Sobral ressalta que, na zona rural, todo agricultor planta algumas hortaliças com a sobra da água, mas como na comunidade de Cercadinho havia escassez de água, não era viável. “Mas, com o Agroamigo, programa de acesso ao crédito para agricultores familiares, eles investiram e instalaram uma bomba no poço e aí está o resultado, o potencial comprovado para hortaliças”, pontua. O técnico destaca, ainda, que no acompanhamento foi identificada também a possibilidade de criar peixes. “Chegaram cerca de sete mil alevinos, divididos para nove famílias. Alguns tanques já funcionam de forma intensiva sob a orientação da cooperativa. A expectativa é que eles usem a água dos alevinos para a biofertilização e irrigação da horta, diminuindo os custos com adubos, com a produção de forma natural e mais orgânica possível”.
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