SINDICÂNCIA
UEFS afasta cinco vigilantes acusados de agressão contra estudante
Aluno do curso de Biologia acusa vigilantes de cometerem atos de violência
Por Da Redação
A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) afastou cinco vigilantes envolvidos nas denúncias de violência contra o estudante do curso de Biologia, Felipe da Silva Ferreira. O aluno disse que foi agredido com pontapés e socos por nove seguranças da instituição, após ter pulado o muro do campus para poder usar a internet do local.
De acordo com a Polícia Civil, o estudante relatou que, na manhã de sábado, 12, saiu de uma festa no Conjunto Feira VI, ao lado da Uefs, e tentou entrar no campus para usar a internet e pedir um transporte por aplicativo. Ele chegou a explicar a situação para os seguranças, mas, apesar de ter informado o nome completo, curso e matrícula, foi impedido de entrar no local.
Segundo o jovem, os seguranças disseram que apenas estudantes residentes poderiam entrar na instituição naquele horário. A partir disso, ele tentou pular o muro do campus, para não ficar na rua, e acabou imobilizado. O aluno contou que foi agredido com pontapés e socos e chamado por termos pejorativos e de cunho homofóbico.
Nesta quinta-feira, 17, a Uefs disse que fez reuniões e recebeu representantes dos discentes e da comunidade universitária LGBTQIA+, que realizaram ato de apoio ao estudante agredido. A universidade informou ainda que se reuniu com o estudante e sua mãe, e que eles passaram por atendimento e acolhimento realizado pela Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (PROPAAE), sob a coordenação da professora Sandra Nívia Soares de Oliveira.
"Após ouvir as reivindicações e sugestões formuladas pelos estudantes, bem como os relatos de Felipe e da mãe, a equipe de gestão convidou a vítima e os familiares presentes para um acolhimento específico no gabinete da reitoria, para que ficassem esclarecidos os próximos passos legais e administrativos a serem efetivados pela instituição", afirmou.
A instituição informou ainda que afastou, na tarde de quarta-feira, 16, cinco vigilantes já identificados e envolvidos no episódio.
“Não se trata aqui de punições antecipadas ou qualquer violação dos princípios do contraditório ou da presunção de inocência, pois os vigilantes já afastados terão a oportunidade de se manifestar na sindicância a ser instaurada pela UEFS ou também na esfera criminal”, afirma o reitor Evandro do Nascimento.
O reitor ressaltou que o afastamento imediato se fez necessário não apenas como "trâmite administrativo ou atendendo ao clamor vindo da comunidade acadêmica e outros setores da sociedade, mas também – e principalmente - como um posicionamento claro e irrefutável da instituição diante de atos de violência ou qualquer possibilidade de crimes de racismo e homofobia dentro e fora dos muros da instituição".
A chefe de gabinete Taise Bonfim destacou que o processo de sindicância vai ser instaurado com a máxima brevidade e que a Universidade também vai acompanhar de perto os desdobramentos das investigações na seara penal.
"Procurando buscar o máximo de lisura nas apurações dos fatos e sem qualquer intenção de cercear a defesa dos trabalhadores afastados das atividades, os gestores da Uefs e demais servidores que participavam das reuniões acerca das denúncias também ouviram os representantes da empresa de segurança, os quais apresentaram as suas versões iniciais dos fatos, ao tempo que também demonstraram compreender a urgência do afastamento imediato dos vigilantes envolvidos, bem como a necessidade uma apuração minuciosa dos fatos", diz a nota.
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