DESCASO
Com gasto milionário, população de Cairu sofre com má coleta de lixo
De acordo com moradores, coleta do lixo insuficiente deixa sede e ilhas do município sujas
Por Rodrigo Tardio
Terceiro destino turístico mais visitado do Estado, o município de Cairu, no baixo sul da Bahia, vem sofrendo com graves problemas relacionados ao lixo e saneamento básico. Único arquipélago do país com 26 ilhas, das quais se destaca a Ilha de Tinharé, onde se situa Morro do São Paulo, Gamboa do Morro e a Ilha de Boipeba, tem população estimada de 18 mil habitantes.
De acordo com o vereador Arthur Wense (PMN), pelo menos três empresas prestam serviços para a coleta de lixo na gestão do atual prefeito Hildécio Meireles (União Brasil).
"Nós tínhamos um contrato aqui com a SP Ambiental já há mais de dez anos anos, oriunda da gestão anterior, que continua com a gestão há três anos e quatro meses no valor de R$ 10 milhões e duzentos mil reais. Hoje temos uma empresa que entrou em regime de urgência que o prefeito paga R$1 milhão e setecentos mil reais por mês durante três meses, o que totaliza R$ 5 milhões e 100 mil reais. E ainda temos outra empresa que faz o transbordo cujo gasto é em torno de R$ 9 milhões de reais" afirma o parlamentar.
Tarifa sobre Uso Patrimônio do Arquipélago (TUPA)
Com a justificativa de resolver o problema do lixo, o atual gestor já aumentou a Tarifa sobre Uso Patrimônio do Arquipélago (TUPA) por três vezes, taxa que é cobrada a quem chega a Morro de São Paulo. A denúncia aponta ainda que seriam destinados 50 % dos recursos obtidos com a TUPA para o serviço da coleta do lixo no município, o que não estaria sendo feito na prática.
O valor da TUPA é de R$ 50 reais por pessoa para o ingresso em Morro de São Paulo. Na denúncia, há o indício de que em breve a taxa seja implantada também na Ilha de Boipeba.
A população denuncia ainda a precariedade no saneamento básico com esgotos à céu aberto, lixos em todas as ruas e até as fontes com mais de 100 anos, que se encontram em extremo descuido.
É bom lembrar que o primeiro prazo para erradicar os lixões no país terminou em 2014. A denúncia relata também que a ilha sofre com problemas no abastecimento de água, além da Segurança Pública, Saúde e Educação.
Indignados, os moradores contam que as empresas contratadas pela gestão para a coleta do lixo não estão realizando o serviço de forma eficiente.
Moradores contam ainda que empresários da Ilha de Boipeba precisaram montar uma iniciativa para instalar uma cooperativa que auxilia na separação de resíduos, fazendo a retirada do lixo produzido por conta própria.
Em nota a Prefeitura de Cairu informou que só em Morro de São Paulo, existem três turnos de coleta, que se inicia a 1h da manhã e que estão sendo implantadas caixas coletoras para o armazenamento temporário dos resíduos residenciais.
Quanto ao saneamento básico, o município tem contrato com a Embasa, que prevê, além da manutenção, a ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Morro de São Paulo, implantação do sistema de esgotamento sanitário em Gamboa e na vila de Boipeba. A gestão diz ainda que os valores gastos com o lixo foram em média de R$ 11 milhões por ano e que não existe determinação para a cobrança da Tupa em Boipeba.
Confirma ainda que 50 % dos recursos da TUPA são destinados para a operação de transbordo e retirada do lixo da ilha de Tinharé para aterro sanitário mais próximo, que é em Santo Antônio de Jesus, e que providencia melhorar a operação de transbordo para implantar a operação de retirada do lixo em Boipeba.
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