IMBRÓGLIO NA EDUCAÇÃO
Prefeitura de Vitória da Conquista persegue professores, diz vereadora
Para edil, SMED tem pedido informações de educadores que aderiram a paralisações para constranger professores
Por João Guerra
A vereadora Viviane Sampaio (PT) acusa a gestão da prefeita Sheila Lemos (União Brasil) e o secretário de Educação, Edgard Larry, de perseguição contra professores da rede municipal de ensino. De acordo com a edil, os educadores estão sendo coagidos a não participarem das paralisações e reivindicações por melhorias salariais e de trabalho, que estão sendo realizadas pelo Sindicato do Magistério Público Municipal (SIMMP).
Segundo Viviane, a Secretaria de Educação enviou um ofício às escolas solicitando que fosse preenchido um formulário identificando o nome, matrícula e dia em que cada professor participou das paralisações.
No requerimento apontado pela parlamentar, um ofício, assinado por Edgard Larry, pede “informações nominais de servidores” de unidades de ensino “que aderiram às paralisações promovidas pelos sindicatos SIMMP e SINSERV”. O documento salienta que entre as informações solicitadas devem constar “nome completo do servidor, número de matrícula e a data em que o servidor aderiu à paralisação”.
“Mais uma vez esse governo que se intitula ‘Governo para Pessoas’ persegue o servidor público municipal, principalmente uma categoria tão importante que é da educação, que na grande maioria é formado por mulheres”, declarou Viviane Sampaio.
Procurada pelo Portal A TARDE, a Prefeitura de Vitória da Conquista se manifestou por meio de nota dizendo que a fala da vereadora foi “deturpada” e nega que tenha perseguido os educadores e aponta que a SMED está apenas exercendo o seu papel de fiscalizar o funcionamento das escolas e zelando “para com os alunos e seus familiares a fim de assegurar o cumprimento dos duzentos dias letivos e um ensino de qualidade”.
“A Secretaria Municipal de Educação tem o dever de monitorar o funcionamento das escolas para agir de acordo com a lei e assegurar o cumprimento do ano letivo (…) Diante dos diversos atos da categoria, se faz necessário acompanhar o cumprimento do regramento legal. Ressalta-se também que não houve nenhum tipo de sanção administrativa ou judicial aplicada pela pasta aos docentes. Ao contrário, a secretaria manteve a todo tempo a mesa de negociação aberta para ouvir e responder as questões relacionadas ao pleito dos professores”, diz trecho da nota.
Nos atos realizados pelo SIMMP, no entanto, os professores denunciam a destruição do plano de carreira e pedem a aplicação integral do reajuste salarial de acordo com a lei do piso. “Encontra-se desaparecido das reuniões de negociação da campanha salarial 2023, o secretário municipal de Educação, Edgard Larry. O mesmo só aparece para assinar ofícios nas vésperas de mobilização, na tentativa de perseguir professores e enfraquecer a luta da categoria docente!”, publicou o sindicato nas redes sociais.
Acusação que o Executivo conquistense também rebate. “A gestão municipal pagou o piso de 14,95 % para os professores nível I da tabela. Para além, deixou transparente a redução do repasse do Fundeb e as dificuldades impostas em consequência disso. A medida sensibilizou uma grande parte dos professores da rede municipal que não aderiu ao movimento paredista e tem se mantido dentro da sala”.
“Reitera-se que não há nenhum tipo de retaliação, não houve nenhuma ação neste sentido e a gestão rechaça a afirmação da petista que tenta partidarizar, em conjunto com representantes do sindicato, uma questão tão cara à administração pública”, finaliza a nota.
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