Comunidade em Ilha de Maré denuncia praga em manguezais

Representantes da comunidade quilombola Bananeiras, na Ilha de Maré, têm feito denúncias aos órgãos competentes sobre uma praga de lagartas exóticas. Os insetos, que até então não haviam sido vistos na localidade, têm se espalhado e atacado a vegetação dos manguezais, o que tem prejudicado principalmente quem vive da pesca e da mariscagem. “Os órgãos ambientais são muito rápidos para liberar empreendimentos que impactam o meio ambiente e a vida de quem vive nesse território, mas quando se trata de socorrer vidas e o próprio meio ambiente maltratado por esses empreendimentos, são muito morosos”, criticou a líder da comunidade Bananeiras, Marizelha Lopes, que também é pescadora e marisqueira.

Segundo Marizelha Lopes, foram feitos avisos formais ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão estadual.

O biólogo e mestre em ecologia, Jean Anjos, alega que a presença de uma superpopulação desse tipo de lagarta exótica (lepidoptera), que assume um comportamento de praga na vegetação dos manguezais, é um dos sinais de grande desequilíbrio ambiental. “A nossa água e o nosso ar estão num nível de contaminação muito alto. O desmatamento dos manguezais também vem avançando. E isso impacta diretamente no ecossistema local, facilitando a ação de espécies invasoras que provavelmente são trazidas para cá em lastros de navios”, disse.