Homem que matou idosa estava em surto psicótico e cortou próprio pênis

Familiares do homem preso em flagrante após espancar uma idosa até a morte no município de Dias D' Ávila contestam a versão da prefeitura. Segundo uma pessoa da família que não quis se identificar, a mãe do rapaz não o desamarrou da maca onde se encontrava, na UPA. A família do preso vem recebendo ameaças.

Elisabete Nunes de Oliveira, 69 anos, foi morta na quinta-feira, 12, quando colocava o lixo para fora de casa no bairro do Cristo Rei. Segundo informações da 36ª CIPM (Dias D´ávila) o homem havia sido levado para a UPA na quarta-feira, 11, após ser flagrado, com base em denúncia, totalmente despido em via pública.

Segundo o familiar que falou sob anonimato, ele teria fugido de casa após bater na mãe e atear fogo na casa onde morava. Na UPA, o suspeito ficou amarrado, com ataduras, a uma maca e estaria medicado. A Prefeitura, em nota, acusa a mãe do internado de desamarrá-lo e permitir que ele fugisse quebrando uma janela.

Histórico de surtos

A família nega essa versão e argumenta que a mãe tinha conhecimento do risco de soltá-lo e da necessidade de mantê-lo amarrado. O rapaz é paciente do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) desde 2019, mas seu último atendimento foi registrado em novembro de 2021.

Familiares de pacientes, além de profissionais de saúde e vereadores de oposição vêm denunciando a falta de medicamentos no CAPS e o desmonte da política de saúde mental do município desde o início da gestão do atual prefeito, Alberto Castro (PSDB), em 2021.

Nos últimos anos, o autor do homicídio sofreu vários surtos. Em um deles, cortou o próprio pênis, alegando estar obedecendo vozes na sua cabeça. A nota da prefeitura diz, ainda, que o mesmo foi levado ao hospital Juliano Moreira, mas a unidade recusou recebê-lo e o paciente, que sofreu várias lesões durante tentativa de linchamento por populares, foi levado ao Hospital Geral do Estado (HGE).