CASO PORTÃO DO SOL
Imagens mostram suspeito da desova de animais em Buraquinho
Suspeita é de que cães e gatos foram descartados por clínica ou profissional; A TARDE teve acesso exclusivo às imagens
![Polícia ainda não confirmou identidade do suspeito](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1200000/1200x720/Artigo-Destaque_01202102_00-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1200000%2FArtigo-Destaque_01202102_00.jpg%3Fxid%3D5511764%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1721130981&xid=5511764)
Câmeras de segurança do Loteamento Portão do Sol, em Buraquinho, Lauro de Freitas, registraram o momento em que os cadáveres de cinco cães e gatos foram desovados no local, no dia 27 de abril. Um homem, de identidade desconhecida, aparece nas imagens obtidas com exclusividade pelo Portal A TARDE, cometendo o crime.
No vídeo, é possível ver que ele estaciona o carro em uma região deserta, de mata, retira do porta-malas os sacos de lixo em que os cadáveres estavam, e os joga no local.
Conforme apurado anteriormente pela reportagem, a suspeita é de que os corpos tenham sido descartados a mando de uma clínica ou profissional da área veterinária, já que parte dos animais apresentava indícios de procedimentos clínicos ou cirurgias.
Os animais mortos foram descartados no loteamento duas vezes: primeiro no dia 10 de abril e, depois, no dia 28 do mesmo mês. Em ambos os casos, os cadáveres estavam imersos em galerias de água do Rio Joanes e traziam etiquetas com os supostos nomes dos cães e gatos.
Segundo a diretoria do Loteamento, a gravação das câmeras de segurança foi realizada por volta das 22h30 do dia 27 de abril, um dia antes da segunda ocorrência. As imagens já foram entregues à delegacia de Lauro de Freitas, responsável pela investigação.
O Portal A TARDE tentou contato com a Polícia Civil de Lauro de Freitas para solicitar informações sobre possíveis suspeitos e aguarda retorno. Confira as imagens flagradas pela câmera de segurança:
Laudo
A reportagem também teve acesso exclusivo ao laudo de necrópsia dos corpos emitido pelo Centro de Controle de Zoonoses de Lauro de Freitas. O documento atesta que a maioria dos animais era macho e passou por algum tipo de procedimento veterinário antes da morte.
De raça indefinida e coloração caramelo, o cão identificado como “Zeus”, trazia marcas de uma tricotomia na região abdominal. A mesma intervenção foi observada em um gato branco encontrado com o nome de “Pimpo”. Outro cão não identificado, de raça indefinida e cor caramelo, trazia esparadrapo para acesso venoso na pata esquerda traseira.
O laudo esclarece que tricotomias são raspagens do pêlo em determinados locais para realização de intervenções clínicas.
“No caso dos animais, tricotomia em região abdominal refere-se a exame de ultrassonografia, por exemplo, já realizada nos membros indica acesso venoso de cateter para aplicação de solução fisiológica ou medicações venosas. Assim como o esparadrapo encontrado na para que indica também que houve acesso venoso, já que o mesmo é utilizado para prender o cateter na pata do animal”, afirma a perícia.
Os outros dois cães encontrados no dia 28 - um poodle branco, identificado como ‘Bodo’, e uma cadela da raça pinscher, sem identificação - não possuíam sinais de procedimentos clínicos.
Nenhum dos animais pertence a moradores do Loteamento e, até o momento, não há informações sobre possíveis tutores. Leia o laudo na íntegra:
Crime
O descarte dos corpos no condomínio se enquadra na Lei Ambiental de Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que define as diretrizes para maus-tratos contra animais e outros crimes ambientais.
Segundo a lei, praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos pode render uma detenção de três meses a um ano, além de multa.
Quando se tratar de cão ou gato, a pena será de reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda. No entanto, a pena é aumentada de um sexto a um terço, quando ocorre morte do animal.
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