RELIGIOSIDADE E TRADIÇÃO
Irmandade da Boa Morte é celebrada nesta terça em Cachoeira
Festividade teve a presença do governador Jerônimo Rodrigues
Celebrada com devoção e tradição na cidade histórica de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, a solenidade da Assunção de Nossa Senhora, realizada pela Irmandade aconteceu nesta terça-feira, 15.
Marcada por rituais religiosos e cultura local, a celebração teve início na Casa da Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte, onde o governador Jerônimo Rodrigues se uniu às irmãs da Boa Morte e aos fiéis. Vestidas de branco, com colares, pulseiras, joias e um pano vermelho nas costas, as mulheres seguiram a procissão em direção à Igreja Matriz da cidade, onde aconteceu a solenidade.
Jerônimo Rodrigues destacou que a festa é um dos mais relevantes exemplos da importância dos povos negros em diáspora na cultura brasileira. Segundo o governador, a irmandade traz elementos sobre combate à escravidão em suas novas formas, além de promover a qualidade de vida para pessoas negras.
Para o secretário da Cultura, Bruno Monteiro, é importante manter viva a tradição e a fé que estão envoltas na Solenidade, pois de acordo com ele, traz a questão da resistência dos escravizados. Bruno também disse que o Governo do Estado salvaguarda a história, com o reconhecimento da raiz e identidade.
Ângela Guimarães, titular da Secretaria da Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), reforça a importância da luta de resistência histórica das mulheres negras da Irmandade da Boa Morte, a mais antiga organização de mulheres negras da América Latina. Também esteve no evento, o secretário de Turismo, Maurício Bacelar.
A festividade é comemorada há mais de dois séculos e tem importância reconhecida ao ser registrada como Patrimônio Imaterial da Bahia, desde 2010, pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC). Neste ano, teve início no último domingo, 13, e se encerra na quinta-feira, 17.
Criada em 1820, a Irmandade da Boa Morte é uma confraria religiosa afro-católica responsável pela alforria de inúmeros negros escravizados. As atividades religiosas, sociais e culturais tiveram início na Igreja da Barroquinha, em Salvador, mas permaneceram ativas ainda nos dias atuais. De acordo com Joselita Sampaio Alves, presidente da Irmandade da Boa Morte, é necessário conservar a cultura, em prol de todos que fazem parte da festividade.
Além dos momentos de religiosidade, a festa também é marcada por eventos culturais, como apresentações de dança, música e gastronomia típica. Os moradores e visitantes têm a oportunidade de vivenciar a herança cultural que permeia cada aspecto do Recôncavo.
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