FESTEJOS
Estado investe R$ 132 milhões no São João do interior
Recursos do governo estadual serão destinados a infraestrutura, segurança, saúde, comunicação e atrações
Por Letícia Belém
As celebrações do São João são um dos momentos mais aguardados pela maioria dos baianos, que têm no interior do estado as mais diversas e tradicionais opções para curtir os festejos juninos e para os mais variados gostos. Assim que acaba o Carnaval, começam a acontecer as festas de forró, ritmo que predomina nas rádios, e os moradores da capital baiana já iniciam o planejamento da viagem para curtir a festa no seu município preferido.
É o que conta a diretora de vendas Aniely Neri. “Eu gosto das duas festas, mas quando acaba o Carnaval eu já estou dançando forró. É a oportunidade que a gente tem de sair de Salvador, de ir para o interior que vive muito o São João, que tem aquele chameguinho do forró, o licor, o friozinho, tudo muito gostoso. Já estou me imaginando forrozeando aconchegada”, comentou a baiana que está com tudo preparado para curtir o São João do Capão, na Chapada Diamantina.
De acordo com a Secretaria de Turismo da Bahia, os festejos juninos preservam as tradições nordestinas e abrangem praticamente todo o território baiano, o que é um diferencial em relação aos outros estados do Nordeste, e a tendência é que o fluxo turístico e a receita superem a do ano passado.
Eles informaram que os destinos mais procurados são Amargosa, Cruz das Almas, Senhor do Bonfim, Santo Antônio de Jesus, Cachoeira, Conceição do Jacuípe, Euclides da Cunha, Ibicuí, Irecê, Mucugê, Piritiba, São Sebastião do Passé, Itaberaba e Mata de São João.
O governo investe nas áreas de infraestrutura, segurança, saúde, comunicação, promoção e contratação de atrações nos 416 municípios do interior que promovem a festa, além de realizar o São João da capital baiana. Segundo o secretário Maurício Bacelar, o apoio às manifestações típicas do período contribui para o incremento do fluxo turístico e o aquecimento da economia de cada município.
“O São João é a maior manifestação cultural do povo nordestino e é na Bahia que ele tem a sua maior expressão. É uma festa do povo e para o povo, e é tão importante que o governo a está promovendo nos maiores destinos emissores de turistas do país”, comentou o secretário.
Para o presidente da União dos Prefeitos da Bahia (UPB), o prefeito Quinho, de Belo Campo, o São João é uma festa tipicamente interiorana de fundamental relevância para o estado, porque gera um aumento econômico ímpar para os municípios, principalmente dos pequenos produtores rurais, da agricultura familiar, dos ambulantes e dos comerciantes, que vendem os produtos típicos exclusivamente nos festejos juninos. “O interior, sem dúvida nenhuma, depende desta festa”, afirmou.
Transparência dos festejos
Conforme o Painel Transparência dos Festejos Juninos, desenvolvido pelo Ministério Público Estadual (MPE) em parceria com os Ministérios Públicos de Contas, o governo da Bahia poderá investir até R$ 132 milhões no São João 2024 realizado em todo o estado, mediante repasse de recursos aos 416 municípios baianos, exceto a capital, que é realizada diretamente pelo governo. Até o momento, 111 municípios fizeram contato com o Centro Operacional de Apoio às Promotorias de Proteção à Moralidade Administrativa (Caopam), do MPE e 48 municipios informaram voluntariamente os seus dados de investimento no painel.
Até o momento, 323 contratações de atrações foram informadas em um investimento total de mais de R$ 42 milhões em recursos próprios dos municípios. Ou seja, até o momento sabe-se que haverá um investimento de mais de R$ 170 milhões para a realização das festas em toda a Bahia.
“A gente já constatou claramente que o investimento será maior do que os dos últimos anos. Os artistas já estão com valores maiores e este é um ano eleitoral, com mais investimento em atrações”, afirmou a promotora Rita Tourinho e os gestores alegam que as festas juninas trazem muito retorno econômico para os municípios.
Dados da Superintendência de Estudos Econômicos da Bahia (SEI), revelam que os gastos com artistas representam, em média, 70% das despesas totais durante o período junino. Além da contratação de atrações, as prefeituras também precisam alocar recursos para mão de obra, infraestrutura e segurança temporária.
“Os festejos juninos representam uma oportunidade valiosa para esses municípios fortalecerem suas economias, valorizarem sua cultura e promoverem o desenvolvimento regional. A manutenção e o investimento nessas festividades são, portanto, de grande importância para a sustentabilidade financeira e o crescimento desses municípios”, afirmou o coordenador de Contas Regionais e Finanças Públicas da SEI, João Paulo Santos.
De acordo com o relatório apresentado, os festejos juninos têm uma importância significativa, não apenas cultural, mas sobretudo financeira para os municípios interioranos. Durante o período junino, observa-se um aumento expressivo na arrecadação de impostos, como o ISS e o ICMS, em comparação com outros períodos do ano. Isso indica que os investimentos feitos para a realização das festividades são rentáveis, trazendo benefícios financeiros para os municípios.
Este aumento na arrecadação é impulsionado pela intensa atividade econômica local, que é estimulada pelas festividades. Geram empregos e renda em diversos setores, beneficiando a economia local de maneira abrangente. Além disso, mesmo após os gastos com a organização das festas, ainda restam recursos provenientes da arrecadação de impostos.
Como decorrência dos investimentos do governo estadual e municipal em infraestrutura e na contratação de artistas para os eventos, a festa traz um impacto positivo nas finanças públicas. Isso ocorre graças a um aumento na arrecadação de impostos. O São João tem um impacto direto, gerando empregos temporários e renda em diversos setores, incluindo turismo, alimentação, transporte e comércio.
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